Cinco tendências para observar no mercado de arte em 2023

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O novo relatório The Art Industry Trends Report 2023, da Artsy, incluiu uma extensa pesquisa entre profissionais e negociantes de galerias de 85 países

A pesquisa realizada pela Artsy é importante para determinar os principais fatores que afetam a indústria da arte em 2023, desde a arte que gera as maiores vendas até as maneiras pelas quais os profissionais da arte estão conhecendo novos colecionadores.

O ano passado foi marcado pelo retorno das atividades presenciais depois das restrições que COVID-19 impôs em todo o mundo. Apesar do retorno de feiras e eventos, as vendas online – que floresceram durante a pandemia – continuam sendo uma importante fonte de receita para as galerias hoje, com a tendência de que se tornem a principal fonte de crescimento das vendas no futuro.

Esse mundo da arte cada vez mais híbrido, onde a construção de relacionamento pessoal anda de mãos dadas com os mecanismos de vendas online, é um tema recorrente em nossa pesquisa. Ficou claro que um equilíbrio entre o físico e o digital é fundamental. Por exemplo, quando solicitados a selecionar qualquer número de seus canais de marketing mais importantes, mais de 60% dos entrevistados escolheram boletins informativos por e-mail, seguidos de perto por sites de galerias (58%), eventos presenciais (57%), mídias sociais (43% ), plataformas de arte online (42%) e feiras presenciais (39%).

Outro tema central do ano passado – e que continua a persistir neste ano – é a incerteza econômica e política global, da qual o mundo da arte não está isolado. A maioria dos entrevistados em nossa pesquisa disse que elevou os preços das obras de arte este ano, com a inflação vista como o principal fator contribuinte, seguido por outras questões macro, como impostos/taxas e considerações geopolíticas.

A demanda do mercado secundário ficou em segundo lugar entre as razões para mudanças nos preços das obras de arte, refletindo o apetite dos colecionadores pela oferta limitada de obras de arte de um número finito de artistas da moda. A maioria dos entrevistados, segundo nossa pesquisa, vê artistas em meio de carreira e ultracontemporâneos (nascidos em ou depois de 1975) como os mais importantes para vendas futuras, o que combina com um ano de vendas recordes e estimadas para essas categorias em leilão. A arte abstrata – um gênero que deu passos largos no mercado secundário pelos preços praticados no ano passado – também é vista pela maioria dos entrevistados como a mais importante para as vendas.

A juventude é outro fio condutor deste relatório. Observamos uma diferença marcante nos interesses e estratégias empregadas por galerias mais jovens (aquelas no mercado há menos de três anos), que estão se conectando com colecionadores e artistas mais jovens em um grau mais alto do que seus pares mais estabelecidos. Os colecionadores mais velhos, por sua vez, são vistos pelos entrevistados como um todo como menos importantes para as vendas futuras: apenas 10% classificaram os colecionadores com mais de 55 anos como os mais importantes para o crescimento futuro de seus negócios.

Abaixo, as cinco principais tendências encontradas na pesquisa deste ano.

1. As pinturas abstratas são as mais importantes para as vendas das galerias

Para 59% dos entrevistados, pinturas não figurativas (que incluem pintura abstrata, bem como gêneros associados, como pintura minimalista e expressionismo neo-abstrato) foram selecionadas como as mais importantes para seus negócios agora. Em contraste, 45% das galerias classificaram a pintura figurativa como a mais alta.

2. As vendas on-line são um importante gerador de receita para as galerias dos mercados primário e secundário

Embora tenham acontecido mais de 300 feiras de arte em 2022, sem maiores restrições para viagens internacionais, quando questionados sobre o volume de vendas online em 2022 em relação a 2021, o maior grupo de entrevistados (38%) disse que seu volume aumentou, enquanto outros 34% disseram que permaneceu consistente.

3. A inflação levou as galerias a aumentar os preços das obras de arte.

A inflação foi escolhida como o fator mais influente na fixação dos preços das obras de arte por 41% dos entrevistados. Isso não é surpreendente, visto que muitas empresas em todos os setores tiveram que ajustar suas estratégias de preços de acordo.

4. As galerias mais jovens e experientes em mídia social estão traçando seu próprio caminho

Em comparação com as galerias mais estabelecidas, aquelas que estão no mercado há menos de três anos estão vendendo uma parcela maior de arte para colecionadores mais jovens e alcançando esses colecionadores de maneiras diferentes.

5. A maioria das galerias está descobrindo novos artistas por meio de outros artistas

Para artistas e galeristas, o networking compensa: mais da metade (51%) dos entrevistados descobrem os artistas com quem trabalham por meio de outros artistas.

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