Ranking anual Art Power 100, da ArtReview, aponta os NFTs como a entidade mais poderosa do mundo da arte

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A lista deste ano reflete como os NFTs revolucionaram o mercado de arte

ERC-721, o termo técnico para os tokens não fungíveis (ou NFTs), ocupa o primeiro lugar na lista anual da Art Power 100, publicado anualmente pela ArtReview e, se pretendia chamar a atenção de todos, funcionou. Esta é uma das provas quanto o boom dos NFTs e da criptomoeda criou ondas na indústria de arte em 2021.

Outra recém-chegada à lista é Anna L. Tsing, antropóloga e autora do livro The Mushroom at the End of the World, de 2021, listada como a segunda mais influente. O coletivo de arte indonésio ruangrupa, que está realizando a curadoria da edição de 2022 da Documenta, caiu do segundo para o terceiro lugar, e o poeta e teórico cultural influente Fred Moten caiu do quinto para o sexto.

Nyan Cat

Theaster Gates permanece entre o Top 10 ocupando o quarto lugar e Anne Imhof, que teve uma exibição agitada no Palais de Tokyo este ano durante a FIAC, aparece em quinto lugar. Curiosamente, Mark Zuckerberg, da Meta, entrou discretamente no ranking pela primeira vez, no número 100.

Surpreendentemente, Black Lives Matter, que estava listado no topo da lista em 2020, caiu totalmente fora – assim como o movimento #metoo, que estava em quarto lugar no ano passado. No entanto, importantes artistas negras estão presentes, incluindo Carrie Mae Weems, cujas fotos exploram a subjetividade feminina negra, na nona posição, e Kara Walker, na 11ª. A pintora Lynette Yiadom-Boakye ficou em 65º lugar, e Zanele Muholi, cujas imagens penetrantes investigam a experiência queer black, foi listada em 54º.

A equipe editorial da ArtReview explica que a lista de 2021, formada por 30 membros do painel, abrange as “contradições inerentes” do mundo da arte, desde os especulativos NFTs mundiais até a emergência climática e movimentos de justiça social.

O grupo de mídia indígena Karrabing Film Collective, que cria obras para desafiar a injustiça contra o povo aborígine na Austrália, está na oitava posição. Também estão incluídos dois curadores dos EUA, Ebony L. Haynes, em 35º, e Antwaun Sargent, em 68º, que foram escolhidos por galerias importantes para ajudar a criar mudanças estruturais no mundo das galerias. Haynes está ajudando a dirigir uma nova galeria da Zwirner, enquanto Sargent foi escolhido pela Gagosian no início deste ano. Já o pintor de Gana e queridinho do mercado, Amoako Boafo, está na 77ª posição.

Apesar do advento dos NFTs, que reorganizaram o jogo e ocuparam o primeiro lugar, os guardiões da indústria da arte ainda estão lá. David Zwirner está listado em 23º lugar, Monika Sprüth e Philomene Magers em 66º, e outros negociantes importantes como Emmanuel Perrotin e Larry Gagosian estão em 52º e 25º, respectivamente.

Existem algumas outras novidades no mundo da arte na lista do Power 100 além do ERC-721, incluindo o comprador daquele Beeple de US$ 69,3 milhões, Metakovan, classificado em 42º lugar (Beeple está notavelmente ausente). Um tanto confuso, Mark Zuckerberg – o fundador do Facebook – aparece no número 100. E James Murdoch, que comprou uma participação de 49% na empresa controladora da Art Basel, MCH Group no ano passado, está listado em 70º, juntamente com o veterano da indústria Marc Spielger, diretor global da Art Basel.

A lista do ano passado trazia os galeristas brasileiros Felipe Dmab, Pedro Mendes & Matthew Wood, da Mendes Wood DM, na posição 89 – mas eles não permaneceram em 2021. Quem surge agora, ocupando o 99º lugar, é o curador brasileiro Hélio Menezes, cuja missão é amplificar a voz negra em museus e galerias do Brasil.

Confira a lista completa aqui.

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