35ª Bienal de São Paulo anuncia equipe de curadores

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A proposta de uma bienal descentralizada vai reunir um antropólogo, uma artista, um diretor de museu e uma curadora, que em suas apresentações não identificaram suas idades ou nacionalidades – seguindo o conceito que querem levar para a mostra

A Fundação Bienal, que organiza a Bienal de São Paulo, anunciou Manuel Borja-Villel, Grada Kilomba, Diane Lima e Hélio Menezes como co-curadores da 35ª edição do evento.

Cada um traz algo diferente para a mesa: Borja-Villel, que mora em Madri, é historiador de arte e diretor desde 2008 do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía. Kilomba, residente em Berlim, é uma artista multidisciplinar, escritora e teórica, cujo trabalho tem como tema memória, trauma, gênero e pós-colonialismo. Lima, curadora independente, escritora e pesquisadora, divide seu tempo entre Salvador e São Paulo, onde atualmente integra a comissão curatorial de uma nova exposição de longa duração no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Menezes é antropólogo, crítico e pesquisador residente em São Paulo; ex-curador de arte contemporânea do Centro Cultural São Paulo, trabalha na Universidade de São Paulo e é bolsista afiliado do Brazil Lab da Princeton University.

“Os talentos coletivos desses indivíduos têm potencial para gerar resultados fantásticos”, disse o presidente da Fundação Bienal, José Olympio da Veiga Pereira, lembrando ainda que “a equipe curatorial foi formada a partir de uma proposta conjunta que nos cativou por ser ambicioso e intrigante”.

Vista da instalação ‘Insurgências Botánicas: Phaseolus Lunatus’, da artista Ximena Garrido-Lecca, na mostra ‘Vento’ da 34ª Bienal de São Paulo — Foto: Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

José Olympio revelou que a estrutura descentralizada de liderança foi sugerida pela própria equipe, e que a “relação horizontal” entre curadores “será parte integrante do projeto” da Bienal. Esta não é a primeira vez que a Bienal adota uma abordagem curatorial multifacetada. As edições de 1989, 2010 e 2014 do evento também foram organizadas coletivamente.

Apresentando-se no comunicado de imprensa anunciando seus papéis, os quatro curadores se recusaram a fornecer suas idades ou nacionalidades; a Fundação Bienal reconheceu que a própria Bienal será moldada de acordo com uma estrutura semelhante.

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