Mural de Picasso é removido do Y-Block, em Oslo, apesar dos protestos internacionais

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O “Bloco Y” foi concluído em 1969 e abriga em suas paredes obras do artista norueguês Carl Nesjar, baseadas nos desenhos do pintor espanhol

Apesar das objeções de preservacionistas, políticos, curadores e dezenas de milhares de assinaturas de petições ao redor do mundo, o governo norueguês retirou o mural de concreto de Pablo Picasso que adornava um edifício no bairro Regjeringskvartalet, no centro de Oslo, por cinquenta anos. A estrutura, um complexo de escritórios conhecido como Bloco Y, que foi danificado em um ataque terrorista de 2011, está com a demolição programada – como parte dos planos de reconstrução do pequeno distrito governamental da cidade.



O Bloco Y foi executado em 1969 pelo arquiteto modernista Erling Viksjø, que também projetou o Bloco H adjacente, que hospeda um mural menor de Picasso, The Seagull, em seu saguão. Ambas as obras foram executadas por Carl Nesjar, colaborador de Picasso, e estão sendo realocadas.

De acordo com o Times, o neto de Viksjø e a filha de Nesjar, Gro Nesjar Greve, processaram conjuntamente o governo norueguês para impedir que “The Fisherman” seja reintroduzido acima da entrada VIP do novo edifício, o que faz parte do plano oficial. Os ativistas também empreenderam uma campanha para adiar a demolição até que o processo possa ser ouvido.

“The Fishermen” de Pablo Picasso e Carl Nesjar em Oslo. O mural foi removido da parede de um prédio do governo, que foi danificado em um ataque terrorista

“The Fishermen” de Pablo Picasso e Carl Nesjar em Oslo. O mural foi removido da parede de um prédio do governo, que foi danificado em um ataque terrorista

“Considerações de segurança, funcionalidade, ambiente urbano, conservação e custos foram levados em consideração em uma avaliação geral”, disse Nikolai Astrup, ministro norueguês de modernização, ao New York Times, alegando que a Picasso Administration, que supervisiona o extenso legado do artista, deu seu aval, apesar da hesitação inicial.

Em maio, os curadores-chefe Ann Temkin e Martino Stierli, do Museu de Arte Moderna de Nova York, enviaram uma carta ao primeiro-ministro Erna Solberg argumentando que a demolição do prédio constituiria “uma perda significativa do patrimônio arquitetônico norueguês”.

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