34ª Bienal de São Paulo começa em fevereiro de 2020 com mostras e performances

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Enquanto as exposições individuais apresentam trabalhos comissionados e obras já existentes, as performances são em grande parte inéditas

Marcada pelo encontro e potencialização mútua entre projeto curatorial e atuação institucional, a 34ª Bienal de São Paulo enfatiza poéticas da “relação” e adota uma estrutura de funcionamento inovadora, que envolve a realização de mostras e ações apresentadas no Pavilhão da Bienal a partir de fevereiro de 2020 e a articulação com uma rede de mais de 20 instituições paulistas. Quando o Pavilhão for inteiramente tomado pela mostra, a partir de setembro de 2020, essas instituições promoverão, em seus próprios espaços, exposições integrantes da 34ª Bienal.

Com curadoria geral de Jacopo Crivelli Visconti e equipe curatorial composta por Paulo Miyada (curador adjunto) e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados), a 34ª Bienal de São Paulo é intitulada Faz escuro mas eu canto, verso do poeta amazonense Thiago de Mello (Barreirinha, 1926), e será inaugurada por mostras individuais das artistas Ximena Garrido-Lecca, Clara Ianni e Deana Lawson, além de performances de autoria de Neo Muyanga, León Ferrari e Hélio Oiticica.

Performances e mostras individuais

O modo de funcionamento da 34ª Bienal de São Paulo leva em consideração três eixos distintos: espaço, tempo e profundidade. No tempo, ela se alonga, iniciando-se em fevereiro de 2020 com três mostras individuais e três ações performáticas de curta duração, que ocupam determinadas áreas do Pavilhão da Bienal em diferentes momentos e introduzem alguns dos temas que serão desenvolvidos na exposição maior. A partir de setembro de 2020, as obras que integraram as exposições individuais reaparecem na grande mostra coletiva, em novos contextos mas carregando em si os significados que lhes foram agregados pela exibição prévia.



Para as três exposições individuais, foram convidadas artistas em meio de carreira de diferentes origens e pesquisas, que têm em comum o fato de serem autoras de produções prolíficas, complexas e instigantes: a peruana Ximena Garrido-Lecca (n. 1980, Lima), a brasileira Clara Ianni (n. 1987, São Paulo, SP) e a estadunidense Deana Lawson (n. 1979, Rochester, NY). Cada uma dessas mostras será acompanhada pela apresentação de uma performance: do sul-africano Neo Muyanga (n. 1974, Soweto), do argentino León Ferrari (1920-2013, Buenos Aires) e do brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980, Rio de Janeiro).

“A Bienal inicia-se com uma série de mostras e eventos que introduzem parte dos temas que serão tratados em profundidade na exposição principal, a partir de setembro”, explica Crivelli Visconti. “O Brasil e a América Latina estão representados com muita força, tanto do ponto de vista da nacionalidade dos artistas quanto dos assuntos tratados por eles, que vão desde questões sociais e políticas até o resgate de saberes ancestrais. Ao mesmo tempo, há uma atenção especial para a força e a urgência da produção que podemos inscrever no campo expandido da diáspora africana. De uma maneira geral, a 34ª Bienal busca dar visibilidade a produções que merecem maior atenção, como a arte indígena contemporânea (brasileira e de outras partes do mundo) ou a produzida no Caribe”.

Parcerias internacionais

Além da rede estabelecida com cerca de 25 instituições parceiras na cidade de São Paulo, a 34ª Bienal será desenvolvida em colaboração com instituições internacionais de renome, que estão co-produzindo e irão incluir em suas programações algumas das mostras individuais e performances. A apresentação de Neo Muyanga é uma iniciativa conjunta com a Bienal de Liverpool (Inglaterra), enquanto as mostras individuais contam com as seguintes parcerias: a exposição de Ximena Garrido-Lecca é coproduzida com o CCA Wattis, São Francisco (EUA); a exposição de Clara Ianni é coproduzida com o Centre for Contemporary Art, Lagos – CCA Lagos (Nigéria); e a exposição de Deana Lawson é coproduzida com a Kunsthalle Basel, Basiléia (Suíça). Essas mostras serão apresentadas no exterior em 2021, salvo pela individual de Deana Lawson, que irá ocupar a Kunsthalle Basel de 27 de março a 24 de maio de 2020.

“A Fundação Bienal tem intensificado sua atuação internacional desde 2016, quando foi criado seu Conselho Consultivo Internacional. A realização da 34ª Bienal — com as parcerias firmadas com instituições dos Estados Unidos, Europa e África — também faz parte desse movimento. De forma similar, a experiência realizada com a próxima edição da mostra, de apresentar exposições antecipatórias, é fruto de nosso desejo de nos aproximarmos cada vez mais do Parque Ibirapuera e de nos abrimos para a cidade. A Bienal é um patrimônio de todos, e queremos que os paulistanos se sintam à vontade para se apropriar e vivenciar este espaço e experiência”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal.

Instituições parceiras

Participarão da 34ª Bienal de São Paulo as seguintes instituições:

Associação Cultural Videobrasil
Casa do Povo
Centro Cultural Banco do Brasil
Centro Cultural São Paulo
Centros Culturais da Cidade de São Paulo
Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP
Instituto Bardi / Casa de Vidro
Instituto Moreira Salles
Instituto Tomie Ohtake
Itaú Cultural
Japan House São Paulo
Museu Afro Brasil
Museu da Cidade de São Paulo
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP
Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM São Paulo
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia – MuBE
Museu Lasar Segall
Pinacoteca de São Paulo
Pivô
Sesc São Paulo

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