National Gallery adquire obra da brasileira Beatriz Milhazes

0

O museu mais visitado dos Estados Unidos em 2022 vai inclui a obra “Romântico americano”, de Beatriz Milhazes, em sua coleção

A National Gallery, o museu mais visitado dos Estados Unidos no ano passado e o sétimo museu do mundo a receber mais visitantes, adquiriu Romântico americano (1998), de Beatriz Milhazes, que vai integrar a partir de agora o acervo da instituição. Outras instituições como Museum of Modern Art (MoMA), Centre Pompidou, Solomon R. Guggenheim Museum e Museo Reina Sofia também têm obras de Milhazes em suas coleções.

Milhazes fez este trabalho usando uma técnica de “monotransferência”, um processo de colagem envolvendo elementos pintados presos à tela. O título da obra faz alusão ao período romântico nas artes do início do século XIX, quando o Brasil era colônia de Portugal, ao mesmo tempo em que afirma a presença do Sul Global no uso da palavra “América.” Em Romantico americano, Milhazes pintou e aplicou formas geométricas multicoloridas, arabescos pulsantes com flores drapeadas e contornos sugestivos de rendas coloniais sobre fundo coral. As flores evocam o Jardim Botânico do Rio de Janeiro próximo ao ateliê de Milhazes, assim como antigas ideias de feminilidade e associações com o corpo feminino.

As obras de Beatriz Milhazes, uma das mais celebradas artistas contemporâneas do Brasil, revelam seu profundo envolvimento com a complexa história colonial de seu país natal, caracterizada pelo encontro das culturas indígena, africana e europeia. Seu trabalho também traz formas visuais relacionadas às artes vernáculas do Brasil, como cerâmica e têxteis, em diálogo com aqueles que extraem da tradição da abstração modernista. Sua assinatura são círculos de cores vivas e formas curvilíneas que se sobrepõem e se cruzam com formas orgânicas e motivos florais.

O painel Tuiuti, feito em cerâmica com 41 metros de largura por quatro de altura, foi instalado no Hospital Presbiteriano de Nova York

O painel Tuiuti, feito em cerâmica com 41 metros de largura por quatro de altura, foi instalado no Hospital Presbiteriano de Nova York

A carreira de Milhazes começou em 1980, quando ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Rio de Janeiro, estudando com o artista escocês Charles Watson. Em 1984 participou da exposição “Como vai você, Geração 80?”.

Ao longo de sua carreira, Milhazes recebeu encomendas para uma série de obras arquitetônicas de grande porte: uma série de formas de vinil para o exterior da loja de departamentos Selfridges em Manchester, Reino Unido (Gávea, 2004); 19 composições para os arcos da estação Gloucester Road do metrô de Londres (Peace and Love, 2005); quatro imagens murais para o projeto Murals of La Jolla (Gamboa Seasons, 2021, baseado em quatro pinturas acrílicas sobre tela de 2010); e, mais recentemente, um mural de mosaico cerâmico e um mural pintado no New York-Presbyterian Hospital (Tuiuti e Paquetá, 2018).

Share.

Leave A Reply