Museu Picasso Málaga exibe “Metamorphosis”, de Miquel Barceló

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Levando o nome do famoso conto de Franz Kafka, publicado em 1915, Metamorphosis apresenta quase 100 obras produzidas por Miquel Barceló entre 2015 e 2020

Depois de mais de uma década de ausência em Málaga, o artista reúne com exclusividade uma seleção de obras realizadas nos últimos anos: trinta cerâmicas, treze pinturas, quarenta e duas aquarelas, seis cadernos de viagem e uma pequena escultura; bem como uma instalação composta por sete grandes bronzes que serão instalados no pátio central do museu. A exposição permanece no Museu Picasso Málaga até setembro de 2021.



Uma parte central da exposição é a seleção de cerâmicas cuja principal característica é sua coloração e formas em constante transformação – laceradas, fragmentadas e perfuradas – nas quais podemos ver elementos figurativos que lembram plantas e criaturas aquáticas e linguagens sugestivas, pétalas, barbatanas e folhas, e que, por vezes, apresentam características antropomórficas. Entre essas obras estão os Totens, uma nova série de cerâmicas de grande formato feitas de blocos em sobreposições que fazem referência a personagens da arquitetura clássica e da mitologia. Metamorphosis também incluiu uma pequena seleção de pinturas de grande formato de várias séries recentes, incluindo paisagens de noite e pinturas marinhas, um autorretrato de aparência queimada e imagens em relevo de animais que lembram pinturas rupestres.

Sete esculturas de bronze de Miquél Barceló vão ocupar o patio central do Museo Picasso Málaga. Allumettes I, III, IV, V, VIII, IX, XIII. 2015. Esculturas em bronze. Coleção do artista.

Sete esculturas de bronze de Miquél Barceló vão ocupar o patio central do Museo Picasso Málaga. Allumettes I, III, IV, V, VIII, IX, XIII. 2015. Esculturas em bronze. Coleção do artista.

Mutação, mobilidade e transição são algumas das características da obra do artista, cujo mundo criativo sofreu uma metamorfose permanente desde o início da sua carreira. A passagem do tempo e a alquimia dos materiais destacam-se como elementos do fio condutor desta exposição.

Com curadoria de Enrique Juncosa, Metamorphosis dá atenção à condição cultural errante do artista, ao mesmo tempo que faz uma abordagem crítica da criação entendida como um projeto de progresso ilimitado: cada uma de suas obras nos leva a outra, em um processo de reinvenção cíclica.

Miquel Barceló (1957) Jain vivace, 2019

Miquel Barceló (1957) Jain vivace, 2019

Partindo da realidade que olha, vive, lê e imagina, as representações incluem nuances sociológicas ou ecológicas, ao mesmo tempo que expressam uma vida interior apaixonada. Seu trabalho foi exibido em instituições de prestígio em todo o mundo, como o Museu do Prado, Madrid; o Musée du Louvre, Paris; ou a Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Roma, entre outras.

“Cada obra é experimental: cada obra é um ensaio de outra que provavelmente nunca existirá. Acho que isso vale tanto para a minha pintura quanto para a minha cerâmica – ou qualquer outra coisa que eu fizer”.

Fontes: Revista de Arte Logopress

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