Warhol em Nova York: novas experiência para o público antigo e recente

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A exposição em cartaz no Whitney Museum reúne 300 obras do artista, revelando um panorama completo de suas obras e processos criativos

Suas pinturas de Marilyn Monroe e as enormes latas de sopa são ícones culturais, mas a exposição inaugurada recentemente no Whitney Museum de Nova York espera pintar uma nova e mais complexa imagem de Andy Warhol.

Hoje em dia, poucos se atrevem a encarar o rei da pop art: ele já foi tema de centenas de exposições e retrospectivas.

Triple Elvis [Ferus Type], 1963

Triple Elvis [Ferus Type], 1963

Mas, sob a orientação da curadora-chefe Donna De Salvo – que trabalhou com Warhol antes de sua morte em 1987, o museu de arte moderna e contemporânea está fazendo exatamente isso.

De Salvo acredita que a última retrospectiva de Warhol dos Estados Unidos (em 1989, no Museu de Arte Moderna de Nova York) “mudou muito de nosso pensamento sobre Warhol, mas também deixou muito sem resposta”.

Agora, o Whitney, localizado às margens do rio Hudson, no Meatpacking District, espera seduzir especialistas e recém-chegados. “Não é tarefa fácil”, afirmou o diretor Adam Weinberg.

Das sopas Campbell à Coca-Cola, Andrew Warhola – para usar seu nome de nascimento – brincou com os ícones de seu tempo, enquanto documentava incansavelmente sua própria vida e trabalho, a ponto de se tornar uma marca.

Abrangendo três andares, “Andy Warhol – From A to B and Back Again” apresentará a carreira do artista de cabelos grisalhos como um todo, desde suas primeiras ilustrações de publicidade até suas explorações abstratas.

E embora a exposição mostre seu amor pela serigrafia vibrante e repetitiva, ela também apresenta Warhol longe de ser um jogador de uma única cartada.

Mesmo que esse estilo fosse fundamental para seu sucesso, seus filmes, a colaboração com o prodígio do graffiti Jean-Michel Basquiat e sua jornada ao abstrato – como sua épica série “Shadows” (1978) – agem como prova do contrário.

É uma experiência multidimensional de um artista multidimensional: um designer, pintor, fotógrafo, cinegrafista, produtor e editor de revistas – para não mencionar o curador de suas próprias exposições.

Viés político

Uma parte significativa da exposição – que possui mais de 300 obras, vindas de 100 instituições e colecionadores – é inteiramente dedicada ao vídeo, um meio usado por Warhol para criar documentários, filmes experimentais e até comerciais.

Retrata um Warhol em constante movimento criativo, faminto por experiência – e lembra aos visitantes que por trás de sua estética está um artista manifestadamente político.

“Os temas que preocuparam Warhol – comunicação em massa, cultura de celebridades, entretenimento e política – moldam nossa vida ainda mais diretamente do que naquela época, tornando seu trabalho não apenas mais presciente, mas mais relevante”, disse Weinberg.

No centro de tudo isso estão conceitos de poder e representação: uma reflexão construída sobre as experiências de Warhol na publicidade durante a década de 1950.

“Warhol é especialmente um artista do nosso tempo e eu diria até mesmo de todos os tempos, especialmente nesta geração de selfie, onde todo mundo é a estrela de sua própria fotografia e filme”, disse Weinberg.

Ele vê a mensagem abrangente como a de “um Warhol mais complexo e, sem dúvida, mais poderoso do que se entendia anteriormente”.

Depois que a exposição se encerrar em Nova York, no dia 31 de março, segue em maio para São Francisco e depois para Chicago, de outubro de 2019 a janeiro de 2020.

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