Será tudo como antes no retorno da Art Basel à Suíça?

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Com a nova feira de Paris à vista, espera-se que os números de público voltem aos níveis pré-pandemia, no principal evento da franquia que começa na próxima semana, em Basel

A Art Basel retorna ao seu tradicional mês de junho, acontecendo entre os dias 16 e 19 de junho, com uma sensação de normalidade. Acabaram-se as máscaras e os testes Covid no local, enquanto se espera que os números de visitantes voltem aos níveis pré-pandemia. Os números das galerias também aumentaram: 289 em comparação com 272 no ano passado (e 290 em 2019).

Referindo-se à regionalização das feiras de arte que vimos durante grande parte da pandemia, Marc Spiegler, diretor global da Art Basel, observa como, em contraste, o evento suíço tem “mais galerias candidatas de lugares como Oriente Médio e África do que nunca”. Ele acrescenta: “O que estamos vendo em termos de pessoas planejando vir aos nossos shows é uma continuação – se não uma expansão – do mundo da arte global”.

By means other than the known senses (2022), de Kennedy Yanko, estará no setor Unlimited. Courtesy of Vielmetter, Los Angeles

By means other than the known senses (2022), de Kennedy Yanko, estará no setor Unlimited. Courtesy of Vielmetter, Los Angeles

Com essa expansão vem um mix maior de artistas. A Unlimited, que este ano apresenta 70 obras em grande escala, é, segundo Spiegler, “sem precedentes em sua diversidade, oferecendo nossa mais ampla gama de artistas, muitos com perspectivas há muito marginalizadas no mundo da arte”.

Entre os projetos ambiciosos apresentados na seção estão a instalação do painel de 45 madeiras de Barthélémy Toguo, Bilongue (2020); a enorme escultura suspensa de Kennedy Yanko, By means other than the known senses (2022); uma pintura em grande escala da série Lampblack dos anos 1970 de Mary Lovelace O’Neal; e o trabalho em vídeo de Anna Maria Maiolino, Twice: X & Y, criado em 1974 e nunca antes exibido em público.

Spiegler acha que uma das poucas vantagens da pandemia foi que ela “desencadeou e acelerou uma discussão sobre diversidade e raça – não apenas nos EUA, mas mais amplamente na cultura ocidental”.

Mas, para que uma mudança real aconteça, observa Spiegler, “os comitês de seleção e as feiras precisam ampliar seus radares, precisam olhar uma segunda vez e precisam estar conscientes dessas questões”. Ao mesmo tempo, “as galerias precisam se sentir em condições de participar dessas feiras caras e competitivas. E, com o apoio de colecionadores e instituições, acho que isso está se encaixando agora”.

Entre as galerias participantes, estão as brasileiras A Gentil Carioca, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide & Co, Mendes Wood DM, Galeria Luisa Strina. Na seção Feature, a galeria Nara Roesler apresenta Carlito Carvalhosa.

Quanto à marca Basileia, a expansão está acontecendo mais perto de casa. Em outubro, nas datas normalmente ocupadas pela Fiac, será lançada a Paris+ par Art Basel, no Grand Palais Éphémère. Spiegler antecipa que a seleção para Paris seja “uma das mais difíceis até agora”, com cerca de 60% menos estandes (cerca de 160 no total) do que as outras feiras Art Basel.

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