Os retratos invertidos foram doados pelo artista alemão em homenagem ao 150º aniversário do museu
O artista alemão Georg Baselitz doou seis de suas pinturas ao Metropolitan Museum of Art, onde permanecerão em exibição na exposição “Georg Baselitz: Pivotal Turn”, até 18 de julho.
O presente foi feito em homenagem ao 150º aniversário do museu, aumentando significativamente seu acervo de obras do artista (anteriormente, o Met possuía três pinturas e 18 obras em papel de Baselitz).
Todas as seis telas foram pintadas em 1969, um momento chave de sua carreira, quando Baselitz tomou a decisão pouco ortodoxa de orientar seus retratos de cabeça para baixo. O fato dele literalmente derrubar as convenções da configuração representacional marcou um novo capítulo de sua experimentação.
“É uma grande alegria e satisfação saber que estas seis obras que permaneceram na minha coleção e que marcam um momento significativo na evolução da minha abordagem à pintura, serão parte integrante da coleção histórica do Museu”, disse Baselitz em um comunicado.
Mantida até agora em sua coleção particular, a série de retratos produzida por Baselitz em 1969 retrata amigos íntimos e colegas da cena artística alemã. Os temas incluem sua esposa, Elke, e o galerista Franz Dahlem, que expôs pela primeira vez as obras invertidas de Baselitz em 1969.
Baselitz começou a subverter as tradições da pintura ainda mais cedo, inclusive por meio de sua série conhecida como “Heroes and New Types”, que retrata figuras rudemente desenhadas de forma primitiva, remetendo à história carregada da Alemanha, uma postura controversa dada a adoção inflexível pelo país pelo realismo social e incentivo de um modo chamado “German Wonder”.
“Sou um artista alemão e o que faço está enraizado na tradição alemã: é feio e expressivo”, disse Baselitz na época.
“Dado o florescimento da figuração nos últimos anos”, disse o curador do Met Sheen Wagstaff em um comunicado anunciando o presente, “essas pinturas de Baselitz terão grande aceitação para as gerações mais jovens de artistas que, como Baselitz, continuam a valorizar a América como um símbolo de democracia”.
Fonte: Artnet News