Damián Ortega ganha o prêmio inaugural de escultura do ICA Miami

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O prêmio reflete o compromisso contínuo do ICA Miami em promover a experimentação na prática artística e fornecer uma plataforma internacional para vozes influentes na arte contemporânea

O Instituto de Arte Contemporânea de Miami elegeu Damián Ortega como o primeiro vencedor de seu novo prêmio anual Ezratti Family Prize for Sculpture, como parte de doação de US$ 500 mil da família Ezratti. O prêmio será destinado à criação de uma nova obra a ser instalada no Jardim de Escultura do ICA.

Ortega é mais conhecido por instalações esculturais em grande escala, muitas vezes compostas de numerosas partes componentes que são penduradas no teto e, quando vistas à distância, parecem desafiar a gravidade.

Damián Ortega, Controller of the Universe, 2008, installation view, at P.S.1 Contemporary Art Center, 2008

Damián Ortega, Controller of the Universe, 2008, installation view, at P.S.1 Contemporary Art Center, 2008

“Vemos isso como um lugar maravilhoso para homenagear a conquista de um artista que inovou com a escultura ao longo de toda a carreira”, disse o diretor artístico do ICA Miami, Alex Gartenfeld, à ARTnews. “Damián tem sido um artista que constantemente reinventou a forma da escultura, considerou o papel do trabalho em público e experimentou materiais e formas, talvez como ninguém da sua geração”.



O ICA Miami, fundado em 2014, tem apresentado novas obras escultóricas importantes de artistas como Thomas Bayrle, Abigail DeVille, Charles Gaines e Chris Ofili desde 2016, e encomendou peças para seu Jardim de Esculturas de Allora & Calzadilla, Pedro Reyes e Mark Handforth. O novo prêmio, endossado por Itchko Ezratti e sua família, será uma extensão dessa programação, disse Gartenfeld.

“Nós admiramos muito a dedicação da ICA Miami em encomendar e exibir esculturas ambiciosas, em grande escala, dos artistas contemporâneos mais significativos de todo o mundo”, disse Ezratti, que é curador do museu, em um comunicado.

Ortega irá instalar um trabalho inédito, “Replicant Stone”, na área da instituição, em novembro. A peça fará uso da pedra pirita, comumente conhecida como ouro do tolo, e examinará a relação entre a natureza e a geometria.

“Damián trabalhou consistentemente com o legado do modernismo e, especificamente, com a tradicional abstração geométrica da América Latina, reinventando-a e renovando-a”, disse Gartenfeld. “Ele recentemente se inquietou com a forma da pirita, como um símbolo que é tanto autogerado quanto intrinsecamente ligado à forma quadrada, que era a preocupação dos modernistas do século XX”.

O artista

Nascido na Cidade do México em 1967, Ortega produz instalações, e esculturas em grande escala, performances e filmes que, muitas vezes, lidam com a interdependência de componentes que configuram um sistema complexo, sejam eles parte de uma máquina ou de um sistema social. Depois de trabalhar por um período como cartunista político, ele se juntou ao workshop de Gabriel Orozco, Taller de Los Viernes, de 1987 a 1992. Em 2005, recebeu o Prêmio Hugo Boss. Ortega participou de exposições coletivas como “Arte e Espaço” (2018) no Guggenheim Bilbao, a décima quarta Bienal de Lyon (2017), a Sharjah Biennial 12 (2015) e a 55ª e 50ª edição da Bienal de Veneza (2013 e 2003).

 

 

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