Olafur Eliasson retorna à Tate Modern com uma importante retrospectiva

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As instalações cativantes do artista levam os visitantes a tomar consciência de seus sentidos, das pessoas e do mundo ao seu redor

Olafur Eliasson (1967) retorna à Tate Modern com uma grande retrospectiva de sua carreira – depois de sua icônica instalação “The weather project” de 2003. A obra marcou um ponto de virada para a arte contemporânea, transformando o Turbine Hall em um espaço social onde a escultura estava ligada à experiência de estar junto com outros visitantes. Desde então, nestes 16 anos, Eliasson foi celebrado internacionalmente como um dos artistas mais empolgantes da atualidade. Agora, pela primeira vez, o público do Reino Unido pode descobrir toda a gama de suas práticas abrangendo três décadas. Reunindo cerca de 40 obras – quase todas nunca inéditas no país, incluindo algumas criadas especialmente para a exposição – “Olafur Eliasson: In real life” oferece experiências imperdíveis e mostra como o artista chama a nossa atenção para algumas das questões mais urgentes da nossa sociedade.

Beauty 1993

Beauty 1993

Eliasson passou um tempo considerável de sua infância na Islândia e fenômenos naturais como água, luz e neblina foram áreas-chave de investigação ao longo de sua carreira. No terraço externo da Tate Modern, os visitantes encontram pela primeira vez a Waterfall 2019 – uma instalação nova e dramática com mais de 11 metros de altura. No interior da exposição, os espectadores vão encontrar Moss wall 1994, uma vasta área de 20 metros de largura inteiramente coberta por musgo escandinavo; Beauty 1993, que inesperadamente evoca o fenômeno natural de um arco-íris dentro da exposição; e Din blinde passager 2010, que oferece uma jornada visceral através de um corredor de 39 metros de comprimento, cheio de denso nevoeiro.

Outros trabalhos da mostra abordam o impacto que os humanos têm no ambiente, incluindo uma série de fotografias das geleiras da Islândia feitas pelo artista em 1999. Esta será substituída por uma nova obra de arte que incorpora a antiga série ao lado de fotos tiradas há 20 anos, ilustrando as mudanças desta paisagem que estão acontecendo agora.

Room for one colour 1997

Room for one colour 1997

Eliasson cria trabalhos que continuamente estimulam os espectadores a pensar sobre a natureza da percepção. Muitas de suas instalações brincam com reflexões, inversões, pós-imagens e mudanças de cores, para desafiar a maneira como navegamos e percebemos nossos ambientes, como em Your uncertain shadow (colour) 2010 e Room for one colour 1997. Uma seleção das esculturas caleidoscópicas do artista, incluindo Your spiral view 2002 e a recém-criada Your planetary window 2019, brinca com luz e espaço para criar ilusões de ótica que incentivam os visitantes a ver seu ambiente de novas maneiras.



A exposição explora a geometria como um tema importante que continua a caracterizar a prática de Eliasson, com trabalhos como Stardust particle 2014. Um dos pontos altos é a extensa Model room 2003, que reúne cerca de 450 modelos, protótipos e estudos geométricos de vários tamanhos que registram a colaboração de Eliasson com sua equipe de estúdio e, notavelmente, o artista islandês, matemático e arquiteto Einar Thorsteinn (1942–2015).

Your spiral view 2002

Your spiral view 2002

O show culmina com um espaço chamado The Expanded Studio, que explora o profundo envolvimento de Eliasson com questões sociais e ambientais. Isso inclui projetos como o Little Sun, lançado pela Tate Modern em 2012, que fornece lâmpadas e carregadores movidos a energia solar para comunidades sem acesso à eletricidade; Green light – An artistic workshop, na qual abrigados em asilos e refugiados, juntamente com membros do público, construíram lâmpadas de luz verde e participaram de programas educacionais de acompanhamento; e Ice Watch, uma instalação de gelo glacial da Groenlândia, exposta recentemente do lado de fora da Tate Modern e da sede européia da Bloomberg, que visa aumentar a conscientização sobre a emergência climática.

Com curadoria de Mark Godfrey, “Olafur Eliasson: In real life” permanece em cartaz na Tate Modern até 5 de janeiro de 2020.

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