Royal Academy apresenta individual de Antony Gormley

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A partir de setembro, obras do escultor britânico ocuparão 13 galerias da RA, em Londres

Antony Gormley (1950) é considerado um dos mais importantes escultores britânicos da última década. Agora, uma exposição individual reunirá obras novas e especialmente concebidas para a ocasião, desde desenhos e esculturas a ambientes experienciais, que ocuparão o salão principal e 13 salas da Royal Academy of Arts, em Londres.

Gormley vê a exposição como um “local de teste”, engajando os sentidos, empregando escala, escuridão e luz, e usando materiais elementares, orgânicos e industriais. Os trabalhos irão interagir com as galerias BeauxArts, criando uma série de encontros distintos que se reunirão como em uma experiência coletiva. Será um resumo da preocupação contínua de Gormley com o espaço interior escuro do próprio corpo e a relação do corpo com o ambiente: o corpo como espaço e o corpo no espaço.

O primeiro trabalho, Iron Baby, 1999, será encontrado no Annenberg Courtyard. Essa forma em tamanho natural de um bebê recém-nascido, em ferro fundido, será pequena dentro da escala do pátio, sugerindo vulnerabilidade humana, mas também o vigor da vida.

Nas galerias, os primeiros trabalhos, raramente exibidos, do final dos anos 1970 e início dos anos 80 mostrarão as origens experimentais da prática de Gormley, ligadas à Land Art, Performance e Minimalismo. Os trabalhos incluem “Land, Sea and Air” (1977-79) e “Fruits of the Earth” (1978-79), em que objetos naturais e artificiais são envolvidos em chumbo. Esse processo de encapsular objetos em chumbo evoluiu para as conhecidas esculturas de ‘corpo’ de Gormley, a partir dos anos 80, que usam o próprio corpo do artista como ferramenta, material e assunto. Haverá uma série de trabalhos em concreto dos anos 90, incluindo Flesh, 1990 (Coleção Duerckheim).

Lost Horizon I, 2008 (detalhe)

Lost Horizon I, 2008 (detalhe)

Instalações e interação com os visitantes

A exposição oferece ao visitante uma série de instalações que ocupam salas inteiras, algumas reconfiguradas especialmente para as galerias da RA, convidando-os a se envolver ativamente com seus corpos enquanto navegam pelo espaço. “Lost Horizon I” (2008) contará com 24 figuras de ferro fundido posicionadas em diferentes orientações em cada parede, piso e teto, desafiando a percepção de qual caminho é para cima. “Clearing VII” (2019) consiste em quilômetros de tubos de alumínio flexíveis e enrolados, do chão ao teto e de parede a parede; um “desenho no espaço” que circunda o visitante. “Matrix III” (2019) vai ocupar a maior galeria: uma nuvem de malha de aço retangular suspensa acima da altura da cabeça. ”Host” (2019) preencherá uma galeria inteira com 23 cm de profundidade de uma vastidão de água do mar e argila, evocando as profundezas de onde a vida emergiu, oferecendo um confronto com substância elementar, uma experiência que muda conforme a horas do outono europeu diminuem a luz. No centro da exposição, no Salão Central, estarão dois dos primeiros trabalhos de “expansão” de Gormley; “Body” e “Fruit”, ambos de 1991-3. Essas imponentes peças ocas expandem a forma do corpo para criar objetos que possuem as características de bomba e fruta. Cada qual pesando várias toneladas, as obras vão pairar a centímetros do chão.

Matrix II, 2014

Matrix II, 2014

Juntamente com as esculturas, haverá uma rica seleção de trabalhos em papel, muitos deles usando materiais incomuns, como petróleo bruto, terra e sangue. Para Gormley, o desenho é uma atividade central e cotidiana que corre paralela à sua escultura, explorando as mesmas preocupações em diferentes meios. Esta é uma rara oportunidade de ver desenhos iniciais significativos, como o “Mold” (1981). Uma exibição das pastas de trabalho de Gormley revelará a investigação contínua do artista sobre ideias que levaram às obras escultóricas.

Via FAD Magazine

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