A aposta do século? Negociante de arte afirma ter encontrado seis pinturas de Kooning

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David Killen pagou US$ 15 mil por 200 obras de arte abandonadas em uma unidade de armazenamento em New Jersey

É uma descoberta potencialmente sensacional – e se assemelha ao roteiro de um destes programas de TV. Um negociante de arte de Nova York arrematou, de portas fechadas, o conteúdo de uma unidade de armazenamento abandonada em Nova Jersey por US$ 15 mil. Agora, acredita ter encontrado nela seis quadros desconhecidos de Willem de Kooning. David Killen, que dirige uma galeria de mesmo nome no Chelsea, decidiu apostar na unidade cheia de arte depois que uma casa de leilões local recusou.

De acordo com Killen, a unidade contém obras não reclamadas do estúdio do falecido conservador de arte Orrin Riley, que morreu em 1986, e de sua parceira Susanne Schnitzer, que morreu em 2009. Riley trabalhou no departamento de conservação do Museu Solomon R. Guggenheim antes de abrir seu próprio negócio.

Willem de Kooning é conhecido por suas obras-primas do Expressionismo Abstrato, como esta tela, "Untitled XXIII", na foto em exibição na Christie's, em novembro de 2007.

Willem de Kooning é conhecido por suas obras-primas do Expressionismo Abstrato, como esta tela, “Untitled XXIII”, na foto em exibição na Christie’s, em novembro de 2007.

Os representantes da propriedade de Schnitzer tentaram, sem sucesso, ao longo do últimos nove anos, devolver as obras de arte restantes aos seus donos originais. Mas o procurador-geral de Nova York, em última análise, considerou a propriedade abandonada e liberou as obras para serem vendidas.

Killen disse ter imaginado que as 200 obras restantes eram, em sua maioria, “obras de artistas sem expressão”. Ele disse à Artnet News que planejava usá-las como obras sobressalentes para os leilões bimestrais que organiza em sua galeria.

Mas sua aposta valeu a pena quando ele tropeçou no que acredita ser meia dúzia de obras de Kooning. A Fundação de Kooning não fornece serviços de autenticação, portanto, será difícil obter uma decisão oficial. Mas Killen contratou o ex-assistente do artista, Lawrence Castagna, para fornecer uma opinião.

Castagna disse ao New York Post que acredita que as obras são autênticas e datam dos anos 70. “Na minha opinião, eles são [de Willem de Kooning], não há dúvida sobre isso”, disse ele. O veredicto de Castagna foi apoiado por “uma autoridade importante em De Kooning”, que forneceu sua opinião sobre a condição de anonimato, afirma Killen. Ele diz que entrou em contato com a Fundação de Kooning para informá-los de sua descoberta, mas suas ligações e e-mails não foram retornados.

Resta saber se o mercado saudará os trabalhos com ceticismo ou entusiasmo. Marion Maneker observa no Art Market Monitor que as pequenas obras abstratas do artista da década de 1970 têm ido bem nos leilões, ultimamente. Uma obra pequena, porém assinada, datada de 1977, foi vendida na Phillips em maio por US$ 4,2 milhões, mais que o dobro de sua estimativa de US$ 2 milhões.

David Killen deve apresentar as obras em uma festa na sua galeria e planeja vendê-las em seus próximos leilões entre outubro e janeiro de 2019. De acordo com o Price Database da artnet, o recorde de leilão de Willem de Kooning é de US$ 66,3 milhões.

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