Em cartaz: 10ª Bienal de Berlim

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Sob o título “We Don’t Need Another Hero”, a BB10 se apresenta de forma mais compacta e democrática

A 10ª Bienal de Berlim abriu no sábado, marcando 22 anos desde que o diretor do MoMA PS1 e curador-chefe do MoMA, Klaus Biesenbach, co-fundou o evento, no que era então uma Berlim muito diferente.

A curadora sul-africana Gabi Ngcobo, que assumiu as rédeas da exposição bianual na capital alemã, está apresentando uma versão mais enxuta. Em vez de um espetáculo extenso apresentando trabalhos de mais de cem artistas, a edição deste ano é extremamente compacta. A diferença mais bem-vinda é o tamanho modesto da Bienal de Berlim deste ano, ou BB10, com 46 artistas e coletivos participantes e poucos locais de exibição.

A lista reduzida de artistas (em comparação aos mais de 120, em 2016) permite uma generosa exposição. Amplos espaços são dados à instalações em larga escala, para se revelem com amplitude. Além disso, muitos dos artistas não são representados por uma única peça, mas sim por um projeto maior ou um corpo de trabalho. Alguns até recebem suas próprias salas de exposição, ou estão mostrando uma série de trabalhos em mais de um local. Também não há preferência de um suporte em detrimento a outros, de modo que a performance e a pintura coexistam em bases iguais.

O título da bienal, “We Don’t Need Another Hero”, é tirado da canção de Tina Tuner e, como a equipe curatorial afirmou: “nós saímos de um momento que precedeu a grandes mudanças geopolíticas, que trouxeram mudanças de regime e novas figuras históricas. A 10ª Bienal de Berlim não fornece uma leitura coerente das histórias ou do presente. Como a música, ela rejeita o desejo de um salvador. Em vez disso, explora o potencial político do ato de autopreservação, recusando-se a ser seduzido por sistemas de conhecimento inflexíveis e narrativas históricas que contribuem para a criação de subjetividades tóxicas. Estamos interessados em diferentes configurações de conhecimento e poder que permitam contradições e complicações”.

Equipe curatorial da Bienal de Berlim. Da esquerda para a direita: Thiago de Paula Souza, Gabi Ngcobo, Nomaduma Rosa Masilela, Yvette Mutumba e Moses Serubiri. Foto: F. Anthea Schaap

Equipe curatorial da Bienal de Berlim. Da esquerda para a direita: Thiago de Paula Souza, Gabi Ngcobo, Nomaduma Rosa Masilela, Yvette Mutumba e Moses Serubiri. Foto: F. Anthea Schaap

Ngcobo e sua equipe, formada por Nomaduma Rosa Masilela, Serubiri Moses, Thiago de Paula Souza e Yvette Mutumba, fizeram uma exposição não conformista que aborda uma psicose coletiva. A mostra ocupa a histórica Akademie der Kunst, o Volksbühne Pavilion, o ZK/U – Centro de Arte e Urbanística, e o KW – Instituto de Arte Contemporânea.

A Bienal terá a duração de 3 meses e os artistas que exibem seus trabalhos são: Agnieszka Brzeżańska, Ana Mendieta, Basir Mahmood, Belkis Ayón, Cinthia Marcelle, Dineo Seshee Bopape, Elsa Mbala, Emma Wolukau-Wanambwa, Fabiana Faleiros, Firelei Báez, Gabisile Nkosi, Grada Kilomba, Heba Y. Amin, Herman Mbamba, Joanna Piotrowska, Joana Unzueta, Julia Phillips, Keleketla! Biblioteca, Las Nietas de Nonó, Liz Johnson Artur, Lorena Gutiérrez Camejo, Lubaina Himid, Luke Willis Thompson, Lydia Hamann e Kaj Osteroth, Lynette Yiadom-Boakye, Mário Pfeifer, Mildred Thompson, Mimi Cherono Ng’ok, Minia Biabiany, Moshekwa Langa , Natasha A. Kelly, Okwui Okpokwasili, Oscar Murillo, Özlem Altın, Patricia Belli, Portia Zvavahera, Sam Samiee, Sara Haq, Simone Leigh, Sinethemba Twalo e Jabu Arnell, Sondra Perry, Tessa Marte, Thierry Oussou, Tony Cokes, Tony Cruz Pabón e Zuleikha Chaudhari.

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