Lucia Koch abre Duplas na Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro

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A artista exibe a partir de 29 de novembro conjunto de janelas e portas dispostas como objetos autônomos transformados pela cor, além de intervenção na claraboia do espaço

Em sua nova individual, Duplas, a quarta exposição a ocupar a Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro, a partir do dia 29 de novembro, Lucia Koch propõe novamente a interação entre arquitetura e cor. Desta vez, não apenas intervém na luz ambiente, mas também apresenta peças que têm o caráter de objeto: janelas e portas industrializadas que são transformadas pelo uso da cor.

Koch utiliza estruturas móveis – basculantes e de correr – nas quais substitui os vidros originais por filtros de diferentes cores, sempre dispostas aos pares, numa aposta na ideia de que a unidade mínima e indivisível na leitura das cores é a dupla. Há cores de filtro que se repetem em várias janelas, mas, como são sempre afetadas por seu par, veem-se distintas a cada dupla.

“São janelas através das quais não se pode ver o exterior, portas que não conectam espaços, ou dentro e fora. Estão fechadas em si e restritas às relações que contêm. Mas essas relações não são fixas, refazem-se quando movemos suas partes e uma cor se inclina, cobre ou revela, desliza sobre a outra”, explica a artista.

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Lucia Koch faz uma intervenção na extensa claraboia que ilumina um dos ambientes da galeria, com a instalação de acrílicos de um tom de fumê distinto para cada um dos sete vidros: Semana Cinzenta.  “São acrílicos de cores fabricadas sob encomenda, cinzas nada neutros – avermelhados ou azulados – que, postos em sequência, aparecem como cores singulares e têm suas sombras projetadas na parede, movendo-se ao longo do dia, afetadas também pelos humores do céu”.

Esta série cromática é vista junto às duplas instaladas em janelas e portas, o mesmo tipo de filtro operando ora diretamente na arquitetura, ora em objetos portáteis. “A luz natural filtrada e atravessando a arquitetura divide o espaço com objetos mais ou menos transparentes que são iluminados por lâmpadas, luz mais estável e controlada. 

O que está posto em jogo nos trabalhos de Koch é o caráter transitório e fugaz da visão em particular (e dos sentidos em geral) como instância asseguradora do mundo externo a quem olha. Ao observador, resta ceder ao transitório na disputa entre a imediatez visual e a compreensão do que se vê.

Duplas – Lucia Koch
Galeria Nara Roesler
R. Redentor, 241 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ
Abertura: sábado, 29 de novembro, a partir das 11h

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