Zipper Galeria apresenta pinturas de Camila Soato e site-specific de Flavia Mielnik

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Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros no 51, individual de Camila Soato

A Zipper Galeria tem o prazer de apresenta, a partir de 07 de outubro de 2014, a exposição  “Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros no 51”, individual da artista Camila Soato, sob curadoria de Paula Braga. Sua produção mistura o nobre com o popular,  e finca alicerces nos interditos da sexualidade, nas coerções de gênero e na crueldade infantil.

Camila Soato segue sua pesquisa poética na pintura a óleo figurativa onde revela a potência do bruto a cada gesto: são pinceladas vivas, que guardam na textura a energia do instante, que escorrem, que fogem, que mancham, que borram.

Como um elogio ao contaminável, os fluidos que escorrem da pintura para a performance, para a fotografia, possivelmente também oriundos da escultura, vídeo, objeto, instalação, mesclam-se e geram combinações que se acrescentam, agregando valores poéticos, conceituais e estéticos, para além dos programados pela história ou qualquer método convencional.

As obras que compõem a exposição apontam para o conceito de fuleiragem, um fator de contaminação que conecta as lembranças de infância, memórias e vivências da artista à sua pesquisa, teórica e prática, circunscrevendo os rumos da sua produção.

Metaforicamente, o título Nobres sem Aristocracia: Projeto Vira-Latas Puros no 51, faz referência a cães vira-latas, recorrentes nas obras e na pesquisa da artista. Embora o cruzamento entre eles não obedeça a uma ordem, observa-se que após várias gerações os cães mestiços exibem características grosseiramente similares. Acredita- se que a aparência de um cão mestiço seja muito parecida com a de seus ancestrais Canis lupus familiaris, de onde as raças puras foram selecionadas.

Sensações inauditas. Secreções. Polifonia. Sobreposição de fragmentos cotidianos. Quase narrativas que podem carregar camadas e camadas de história e são compostas por diversos personagens e contextos. A contemporaneidade no trabalho da artista comporta um material infindável de elementos a serem combinados, sem hierarquias ou pressão de qualquer sistema fechado de catalogação.

Flavia Mielnik testa situações de des-limites em exposição site-specific na Zipper Galeria

O Espaço Zip’up recebe, a partir de 07 de outubro de 2014, uma série de intervenções da artista Flavia Mielnik. Intitulada “Geografia de um Lugar Contada por ele Mesmo”, a mostra testa situações de des-limites no espaço expositivo da galeria. Curadoria de Galciani Neves e coordenação do curador Mario Gioia.

A ação de Flavia Mielnik propõe passagens e atravessamentos visuais como situações de des-limites em uma narrativa no espaço composta por elementos do próprio espaço e por elementos ficcionais construídos pela artista. Todos esses componentes, a galeria e seu entorno, agem em uma ficção argumentada no espaço e nele mesmo se constituem, fazendo com que o público se desloque tanto a partir do todo quanto de seus fragmentos, guiando-se ou perdendo-se nestes desenhos.

Além disso, nesses caminhos errantes que propõe ao olhar e ao corpo, a artista constrói outras noções sobre o que é o dentro e o fora, provoca tensões e ambivalências. A artista amplia a discussão do que, habitualmente, reconhecemos como um gesto artístico: o artista leva para o espaço interno da galeria aquilo que produz no espaço de fora e, assim, normalmente efetiva uma relação de um único sentido. Flavia constrói um outro sentido para o espaço dentro da galeria, projetando-o no fora. A obra passa a não residir perpetuamente no espaço interno, mas se alarga continuamente em um trânsito dentro-fora.

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