CCSP APRESENTA – QUANDO CAI O CÉU – EXPOSIÇÃO DE IVAN GRILO – DIA 20 DE SETEMBRO, ÀS 15H

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Com curadoria de Bernardo Mosqueira, Quando cai o céu é a nova individual do artista Ivan Grilo, em cartaz a partir do dia 20 de setembro no CCSP – Centro Cultural São Paulo. A exposição, que é fruto da premiação que o artista conquistou no edital PROAC Artes Visuais 2013, apresenta 13 conjuntos de trabalhos, entre fotografias e instalações. Ao ser agraciado com o prêmio, Grilo foi pesquisar os arquivos do Centro Cultural São Paulo, onde encontrou documentos de uma rica pesquisa idealizada em 1938 por Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo.

Ao mesmo tempo em que as manifestações populares corriam o risco de desaparecer com a crescente urbanização do país, o avanço tecnológico da época trazia novas possibilidades de captação destes eventos através de fotos, áudios e filmes.  Foi essa questão que levou o importante escritor a organizar a Missão de Pesquisas Folclóricas, expedição que buscou mapear as origens da cultura popular brasileira. Não fosse a chegada de Prestes Maia ao governo Municipal, a expedição se concluiria e o levantamento inicial proposto não teria parando em Pernambuco, mas alcançando o culturalmente rico estado da Bahia.

Interessados mais no que deixou de ser registrado pela equipe de Mário de Andrade, Grilo e Mosqueira foram a campo em busca de subsídios para a realização da presente exposição. Nas palavras de Mosqueira, “Nosso trabalho se relacionava, então, também, com toda a genealogia de artistas viajantes interessados no Homem. Logo que optamos pela Bahia, decidimos ir a Cachoeira: importante cidade pra história do povo negro no Brasil. Em Salvador, antes, tivemos acesso irrestrito a todo o material da Fundação Pierre Verger, e lá encontramos a certidão de sua passagem por aquele município. Porém, logo entendemos que nosso interesse não seria registrar (capturar e trazer) a imagem do exótico. Diferente disso, nosso interesse é a crítica social e as narrativas: mais especificamente, somos encantados pela relação entre resistência e história oral. Os trabalhos de Ivan expandem, preenchem e iluminam a interseção entre o rigor conceitual, a crítica social e a criação (ou tradução) de narrativas poéticas. Não há nada nessa montagem que não tenha razão de ser”, completa. 

Em “Quando cai o céu”, Grilo busca mesclar as influências das vivências com as culturas ancestrais africanas adquiridas durante a viagem à Bahia com o modelo cartesiano de trabalho que sempre adotou em suas produções. Ainda segundo Mosqueira, “A história do povo negro no Brasil não é de vencedores, nem perdedores, nem vencidos, mas, sim, uma história de sobreviventes em glória. “Somos escolhidos da sorte. Somos tambores ricos de fé. (…). Somos o amor e seus aliados. Somos os filhos dos encantados”, ouvimos na Bahia. Por isso, Quando cai o céu é apenas onde começamos a contar a história de algumas nações que foram muito mais violentamente exploradas do que pensamos, mas que são muito mais do que se pode imaginar”, completa

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