Galeria Marilia Razuk apresenta exposição “7 Quedas”, de Vanderlei Lopes

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Catedral (em desenvolvimento), Vanderlei Lopes

Em sua primeira individual na galeria Marília Razuk, o artista Vanderlei Lopes apresentará “7 Quedas”, exposição constituída por sete trabalhos, que fica em cartaz até 2 de julho.

Vanderlei Lopes ocupará todo o espaço físico da galeria com obras inéditas. Além de um vídeo, trabalhos realizados com bronze, água, ouro, chumbo e terracota – materiais caros à tradição da escultura –, revelam uma retomada de suas reflexões acerca dessa linguagem. O título “7 Quedas”, por um lado, se refere a gravidade, ao peso ou a suspensão em jogo nessas obras, e, por outro, alude ao sentido cristão, das quedas na via crucis, presente na arte ocidental, desde o pré-renascimento.

Essa exposição se constitui numa espécie de desdobramento de seus desenhos anteriores, realizados por linhas que se bifurcam na construção de rizomas ou cachoeiras, utilizando pólvora queimada sobre papel, e onde tais resíduos se acumulam no interior da moldura.

As obras de “7 Quedas”
Catedral: escultura feita em bronze, patinada de verde, que materializa a imagem de uma catedral, posta no chão de ponta-cabeça, apoiada pelas próprias torres e com seu espaço interno oco preenchido com água marinha. Sua planta em cruz e seu corpo escalonado para dentro, emoldura a água contida, sugerindo um abismo interno, e provoca o espelhamento do ambiente externo.

Rosácea: materializa no chão, em bronze dourado polido, uma projeção de luz, que atravessou a rosácea de uma catedral. Cada elemento fragmentado da luz materializada, totalmente polido, espelha o espaço em torno.

Fonte: Um pequeno cano saindo do canto de uma sala vertendo um líquido, que se acumula no canto do espaço, todo em bronze dourado polido. O cano terá a altura de aproximadamente 1 metro do chão – altura do sexo -, de onde a “água” escorre pela parede acumulando-se no canto da sala.

Fé: um dente de ouro, em tamanho natural, com a palavra fé escrita ao contrário sobre sua cúspide, à maneira de um carimbo. Esse dente será sobreposto a uma lâmina de chumbo, revelando a palavra fé, “carimbada” em seu sentido correto.

Afresco – vídeo instalação: Um vídeo projetor colocado no teto da Galeria Marilia Razuk lança ao chão a imagem de mãos modelando, a partir de um mesmo bloco de argila, diversos elementos extraídos de afrescos pré-renascentistas. Um cálice, por exemplo, depois de modelado, é amassado dando lugar a um tijolo, que amassado dá lugar a uma coroa, que dá lugar a um osso, e assim sucessivamente. Enquanto a ação é registrada, o resíduo excedente do barro que se seca à mão, vai caindo e se acumulando sobre o anteparo, construindo um registro do tempo da ação.

Linha d’água: moldes de metade da cabeça do artista são reproduzidos e unidos, em terracota. Dispostos de ponta-cabeça no chão e cheios de água, produzem um espelhamento do ambiente expositivo.

Mágica: folhas de árvores fundidas em bronze, patinadas de verde, empilhadas numa construção, como num castelo de cartas.

 “7 Quedas”, de Vanderlei Lopes
até 2 de julho, na Galeria Marilia Razuk
Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim – São Paulo – SP

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Nenhum comentário

  1. José Mauro on

    Achei surpreendente a proposta do Artista Vanderlei Lopes. Sem dúvida alguma um artista que fará história no Brasil. As idéias e propostas são de um gênio na Arte de pensar e surpreender. A catedral é magnífica… nao tenho palavras para descrever a genialidade proposta pelo artista. Parabens a ele… genial…

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