Artista vivo a atingir o maior recorde em leilão, Koons volta à Gagosian, retomando parceria histórica após quatro anos de exclusividade com a Pace Gallery
A Gagosian anunciou que voltou a representar Jeff Koons, marcando o reencontro entre um dos artistas mais emblemáticos da contemporaneidade e a galeria com a qual construiu uma trajetória de mais de duas décadas. Entre 1994 e 2019, a parceria rendeu 13 exposições em cidades como Nova York, Londres, Hong Kong e Beverly Hills, além de projetos icônicos como Split-Rocker (2000), instalado no Rockefeller Center.
A decisão vem após quatro anos de exclusividade de Koons com a Pace, iniciados em 2021. A relação terminou em 2024, em meio a divergências sobre o financiamento de uma nova série de esculturas. O retorno coincide com a presença de suas obras da série Hulk Elvis em Frieze New York, onde esculturas foram precificadas em torno de US$ 3,5 milhões.
O artista mais caro vivo
Koons consolidou sua reputação nos anos 1980 ao reinventar o conceito de readymade para a era midiática, aproximando ícones do cotidiano, referências históricas e cultura pop em esculturas de acabamento espelhado e dimensões monumentais. Suas séries Banality e Made in Heaven desafiaram tabus sobre celebridade e sexualidade, enquanto Celebration, Popeye e Gazing Ball mesclaram publicidade, cartuns e arte clássica em reflexões irônicas e espirituais.
- Tamara de Lempicka lidera leilão em Londres com obra recorde de US$ 10 milhões
- Gagosian inaugura seu espaço em Seul com exposição de Derrick Adams
- Mega-galerias aceleram a disputa por artistas emergentes e redesenham o jogo
Obras públicas como Puppy (1992, Guggenheim Bilbao), Bouquet of Tulips (2016–19, Paris) e Seated Ballerina (2017, Rockefeller Center) reforçam sua busca pelo espetáculo coletivo. Em 2014, uma retrospectiva no Whitney Museum — depois apresentada em Paris e Bilbao — consagrou sua posição entre os artistas mais visíveis e debatidos da atualidade.
No mercado, Koons segue como referência de recordes. Sua escultura Rabbit (1986) foi arrematada em 2019 por US$ 91,1 milhões na Christie’s, estabelecendo-o como o artista vivo mais caro em leilão. O retorno à Gagosian, portanto, reacende a expectativa de novos capítulos no diálogo entre produção monumental, alta visibilidade e poder de mercado.
Expectativas no mercado
Para a Gagosian, o reencontro reforça a solidez de um portfólio que já abriga nomes consagrados como Richard Serra e Damien Hirst. Para colecionadores, é um sinal de estabilidade em torno de um artista cuja carreira sempre esteve no centro da interseção entre arte, espetáculo e investimento.
Com a volta de Koons, a Gagosian reafirma seu papel como uma das maiores forças no mercado global, enquanto o artista, aos 70 anos, continua a redefinir os limites da escultura contemporânea e da cultura visual de massa.