Relatório anual Artsy Gallery Report aponta as galerias mais influentes no mercado digital, com destaque para transparência, agilidade e novos colecionadores
O mercado de arte contemporânea continua a se reinventar no ambiente digital e o Artsy Gallery Report 2025 confirma essa tendência ao destacar 40 galerias parceiras que mais impactaram as vendas online entre junho de 2024 e junho de 2025. Em sua segunda edição, o relatório separa os resultados em quatro categorias – grandes, médias, pequenas e de mercado secundário, ressaltando como a combinação de agilidade, transparência e proximidade com novos colecionadores tem sido determinante para o sucesso.
A análise deste ano dá ênfase especial às galerias de menor porte, fundamentais para a renovação do ecossistema artístico e para o acesso a obras de artistas emergentes a preços mais atrativos. Apesar da volatilidade dos mercados financeiros, a Artsy registrou crescimento consistente de compradores iniciantes, especialmente em obras disponíveis para aquisição imediata. Esse movimento indica uma ampliação da base de colecionadores e reforça a importância do comércio online como motor de dinamização do setor.
Entre as grandes galerias, Perrotin assumiu a liderança, desbancando Almine Rech. Fundada em Paris em 1990 por Emmanuel Perrotin, a galeria consolidou-se como referência ao apoiar carreiras de artistas como Takashi Murakami, Maurizio Cattelan e JR. O desempenho confirma a força de instituições consolidadas quando aliadas a estratégias digitais eficazes, como a publicação de mais de 500 obras em média e a rapidez no retorno a potenciais compradores.
No segmento de médio porte, a britânica Unit mantém a liderança pelo segundo ano consecutivo. Criada em 2013 por Joe Kennedy e Jonny Burt, a galeria se destaca pela comunicação clara de programas e artistas, além de respostas ágeis que chegam a ocorrer em apenas duas horas. Esse engajamento constante faz com que os colecionadores online tenham a mesma atenção recebida em feiras ou visitas presenciais.
Já no campo das pequenas galerias, Cob lidera como exemplo de como estruturas enxutas podem alcançar grande influência. Criada em 2011 como um espaço artístico independente em Londres, a galeria segue impulsionando talentos multidisciplinares emergentes e utilizando a plataforma para ampliar seu alcance internacional. A transparência na divulgação de informações e a valorização das trajetórias dos artistas reforçam sua credibilidade junto a novos colecionadores.
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O relatório também aponta a ascensão das galerias de mercado secundário, com a Pinto Gallery estreando no topo. Focada em edições limitadas de artistas japoneses e nomes de alta demanda, a galeria digital-first conquistou destaque ao oferecer múltiplos pontos de acesso para colecionadores em busca de obras consagradas. A flexibilidade e a capacidade de acompanhar oscilações de demanda se mostraram diferenciais importantes.
A pesquisa reforça que a chave do êxito online está em práticas consistentes: precificação transparente, diversidade de obras, atualização frequente do inventário e, sobretudo, interação ágil e acolhedora com potenciais compradores. Para colecionadores, o relatório é um retrato valioso das tendências digitais que estão redefinindo a aquisição de arte contemporânea.