36ª Bienal de São Paulo aposta em realidade aumentada e programação global

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A 36ª Bienal de São Paulo amplia suas fronteiras com obras em realidade aumentada e debates globais sobre humanidade como prática

A Bienal de São Paulo, um dos maiores e mais influentes eventos de arte contemporânea do mundo, chega à sua 36ª edição com uma proposta inovadora: extrapolar o espaço físico do Pavilhão do Ibirapuera e tornar-se uma experiência global. A mostra será inaugurada em 6 de setembro e seguirá até janeiro de 2026 com o tema “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, apresentando dois grandes programas: “Conjugações” e “Aparições”.

O programa público “Conjugações” acontecerá no próprio pavilhão, ao longo dos quatro meses de duração da exposição, e reunirá debates, performances, encontros e ativações que exploram a noção de humanidade a partir das práticas cotidianas de instituições culturais em diferentes geografias. Entre os participantes estão a Africa Design School (Cotonou), o Center for Art, Research and Alliances – CARA (Nova York) e a Kunsthochschule Weißensee (Berlim). O objetivo é construir diálogos que reflitam a pluralidade de experiências humanas e suas intersecções com a arte contemporânea.

Juliana dos Santos participa do programa Aparições, Bienal de São Paulo e WAVA.

Juliana dos Santos participa do programa Aparições, Bienal de São Paulo e WAVA.

Já o inédito programa “Aparições” marca um divisor de águas na história da Bienal ao apostar em realidade aumentada (AR). Desenvolvido em parceria com a plataforma WAVA, o projeto possibilitará que obras artísticas sejam visualizadas por meio de um aplicativo em pontos selecionados ao redor do mundo, como o Parque Ibirapuera, as margens do rio Congo e a fronteira entre México e Estados Unidos. Essa proposta amplia o alcance da Bienal, transformando-a em uma experiência imersiva, sensorial e acessível globalmente.

Entre os artistas confirmados estão Juliana dos Santos, que transita entre linguagens multimídia, e Andrew Roberts, nascido em Tijuana, ambos inserindo suas criações nesse formato inédito. Segundo o curador Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, a Bienal deve ser vivida como prática, e não como conceito abstrato: “Conjugações e Aparições são epitomes de encontros através dos quais a humanidade pode ser formulada”.

A presidente da Fundação Bienal, Andrea Pinheiro, reforçou que esta edição busca ser um espaço de conexão que atravessa fronteiras e constrói pontes entre culturas, artistas e públicos diversos. Com essa expansão digital, a Bienal reafirma sua posição como uma plataforma de vanguarda no cenário artístico internacional, oferecendo ao colecionador e ao público em geral novas formas de vivenciar a arte contemporânea.

Ao todo, a 36ª Bienal de São Paulo vai reunir 120 posições artísticas e deve receber cerca de 800 mil pessoas no período. A entrada é gratuita.

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