Análise das vendas globais nos leilões dos primeiros cinco meses de 2022

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O que os resultados de leilões recentes podem nos dizer sobre a situação atual do mercado de arte

Quanta arte de primeira linha o mercado pode absorver? Essa era a pergunta que pairava sobre o setor de leilões no início de 2022, quando Christie’s, Sotheby’s e Phillips se preparavam para oferecer arte mais valiosa do que o mercado via em anos.

Para avaliar o comportamento deste mercado, a Morgan Stanley, em colaboração com a Artnet News e Artnet Price Database, analisaram os primeiros cinco meses de cada ano, de 2018 a 2022, conforme ilustrado a seguir.

Uma visão geral da saúde do mercado de leilões

  • O total gerado em leilão entre janeiro e 20 de maio de 2022 chega a US$ 5,7 bilhões, excedendo por pouco a marca do setor em 2018 – as duas somas são separadas por apenas US$ 83 milhões.
  • A taxa de venda (proporção entre lotes oferecidos e lotes vendidos) foi de 73,4%, maior do que em qualquer outro ano que examinamos, exceto 2021. Na esteira da pandemia, as casas de leilões se tornaram especialmente conservadoras ao oferecer obras que certamente seriam arrematadas.
  • O preço médio de uma obra de arte vendida em leilão neste período foi de US$ 48.670. Isso representa um impressionante aumento de 180% em relação a 2020 e 26% em relação a 2021.

Um olhar mais atento às faixas de preços de leilão

  • Uma avaliação de como as vendas estão distribuídas por preços pode ajudar a explicar o que está impulsionando o crescimento do mercado. O maior contribuinte são as vendas de obras com preço igual ou superior a US$ 10 milhões. Essa fatia superior do mercado cresceu quase 50% ano a ano em valor.
  • Os responsáveis ​​pelo pico são as obras do espólio de Thomas e Doris Ammann, assim como de Anne Bass e o casal divorciado Harry e Linda Macklowe.
  • As vendas totais de arte com preço de US$ 10 milhões ou mais em 2022 excederam o total equivalente em 2018 em quase 12% – ainda mais impressionante considerando que a Christie’s vendeu a propriedade Rockefeller de US$ 835 milhões naquele ano.

Examinando as diferenças regionais

  • Raramente uma recuperação foi tão clara quanto a do mercado de leilões dos Estados Unidos. Em 2020, as vendas totais caíram para menos de US$ 500 milhões durante o período analisado; dois anos depois, eles atingiram um recorde de US$ 3,4 bilhões. É um salto de mais de 700%.
  • A contribuição da China pode parecer enganosamente pequena; vale lembrar que o período em análise (janeiro a 20 de maio) não inclui a principal temporada de leilões de Hong Kong.
  • Após o Brexit, as vendas em leilões no Reino Unido não superaram a alta de 2018. O Reino Unido entregou US$ 907 milhões durante esse período, uma queda de mais de 20% em relação ao período equivalente há quatro anos.
  • A França, por sua vez, continua a subir. O país gerou um recorde de US$ 339,5 milhões em vendas, um aumento de 50% ano a ano e notáveis ​​189% em relação a 2018.

Examinando diferentes períodos

  • A categoria Impressionista e Moderna esteve lado a lado com o setor pós-guerra e contemporâneo durante este período. Impressionista e Moderna saiu US$ 40 milhões à frente, com US$ 2,4 bilhões em vendas totais. (Para fins deste material, definimos Impressionista e Moderna como obras de artistas nascidos entre 1821 e 1910; Pós-guerra e Contemporâneo, de artistas nascidos entre 1911 e 1974).
  • A força da categoria Impressionista e Moderna se deve em grande parte a um influxo incomum de oferta graças a coleções célebres como a de Anne Bass, que sozinha gerou US$ 363 milhões.
    Com base em nossas definições de impressionista e moderno e pós-guerra e contemporâneo, os 10 artistas mais vendidos desse período foram divididos igualmente entre os dois gêneros – cinco de cada.
  • Old Masters (artistas nascidos entre 1250 e 1820) gerou US$ 301 milhões, conseguindo ficar à frente dos Ultracontemporâneos, que engloba artistas nascidos após 1974 e totalizou US$ 246 milhões.

Um olhar mais atento à arte ultracontemporânea

  • O gênero Ultracontemporâneo é o que mais cresce no mercado de leilões em volume e valor. Em 2018, 1.520 obras de artistas nascidos após 1974 foram vendidas em leilão durante o período examinado. Este ano, esse número saltou 188%, para 4.379.
  • A categoria teve um salto ainda maior em valor. Em 2018, a categoria foi responsável por US$ 43,1 milhões em vendas. Esse número quase quintuplicou este ano, para US$ 246 milhões.
  • Em um sinal de crescente competitividade neste gênero, a taxa de sell-through para a categoria acelerou fortemente. Entre 2018 e 2020, ficou entre 60% e 65% (forte, mas relativamente padrão em todo o mercado). Nos anos após o lockdown, não caiu abaixo de 70%.

Extraído do original publicado no portal Artnet

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