Museo Reina Sofia relata a “resistência” da América Latina em um novo ‘episódio’ da sua coleção

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O museu, que passa por uma reestruturação de seu acervo, já havia lançado o episódio 1, “They See Us: From Modernity to Developmentalis”

O Museu Reina Sofia inaugurou o segundo episódio de reorganização de sua coleção, ‘The enemies of poetry: Resistances in Latin America’, reunindo mais de 100 obras em dez salas do edifício Nouvel 1, a maioria nunca antes exibida.

O projeto faz parte do esforço contínuo do Reina Sofia de reordenar sua vasta coleção para ajudar os visitantes a compreender melhor os contextos políticos, culturais e históricos.

Este segundo episódio enfoca a arte produzida entre 1964 e 1987 na América Latina e a sua relação com a Espanha. As transformações políticas da época e o surgimento de novas práticas artísticas, como a arte postal, favoreceram uma série de trocas transcendentais para o futuro da arte contemporânea.

Augusto de Campos and Julio Plaza, Objects, 1968

Augusto de Campos and Julio Plaza, Objects, 1968

Para além dos formatos tradicionais como a pintura, a escultura e até a fotografia, as salas agora abertas aos visitantes privilegiam a experimentação de novas linguagens e novas práticas artísticas daqueles anos.

Assim, essas correntes incorporam a apropriação das novas mídias e tecnologias de comunicação de massa; o uso do corpo como instrumento de expressão e crítica social; a intervenção na esfera pública, o questionamento do sistema da arte e das instituições e a redefinição do papel do espectador, elevado à posição de participante nas obras.

Além de instalações, obras efêmeras, arte postal, vídeos, registros performáticos e ações, as salas reúnem uma ampla mostra de escritos, revistas, jornais, cadernos e todo tipo de documentos do acervo da Biblioteca e Centro de Documentação do Museu.

No que diz respeito às práticas artísticas desenvolvidas na América Latina entre os anos 60 e 80, esta nova parte da Coleção inclui desde a psicodelia da Tropicália brasileira e o nascimento de conceitualismos e outras linguagens que vão além da abstração e das práticas abordadas nas décadas anteriores, onde os artistas passam a trabalhar com a ideia de corpo e a experimentação em outros campos como o cinema e a fotografia.

Grande parte das obras expostas foram adquiridas nos últimos oito anos graças à Fundação Museu Reina Sofia, criada em 2012. Nesta ocasião, as doações feitas por Jorge M. Pérez, da Coleção Patricia Phelps de Cisneros – que também incluem alguns depósitos pendentes – e outros colecionadores como María Amalia León de Jorge, Gustavo Nóbrega, Marga Sánchez, Diana López e Herman Sifontes, Silvia Gold e Hugo Sigman, Ricardo e Susana Steinbruch e Juan Carlos Verme.

A “remodelação total” do acervo permanente do museu será conhecida “por episódios” e será concluída em novembro. No total, será um conjunto composto por cerca de 2.000 obras – 70% inéditas – ocupando seis espaços diferentes da galeria.

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