Tate Britain recebe exposição de Paula Rego, artista de extraordinário poder imaginativo

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Desde a década de 1950, Paula Rego desempenhou um papel fundamental na redefinição da arte figurativa no Reino Unido e no mundo, revolucionou a forma como as mulheres são representadas

A partir de julho, a Tate Britain abrirá a maior e mais abrangente retrospectiva de Paula Rego. Artista de extraordinário poder imaginativo, Rego (1935) redefiniu a arte figurativa e revolucionou a forma como as mulheres são representadas. Esta exposição contará sua história da vida notável, destacando a natureza pessoal de grande parte de sua obra e o contexto sócio-político em que está enraizada, além de revelar seu amplo leque de referências, de histórias em quadrinhos a pinturas históricas.

Apresentando mais de 100 obras, incluindo colagem, pinturas, pastéis em grande escala, desenhos e gravuras, vai abranger desde os primeiros trabalhos de Rego da década de 1950 até suas ricas cenas em camadas dos anos 2000.

A exposição começará com uma seleção dos primeiros trabalhos de Rego, raramente vistos, onde a artista explorou primeiro a luta pessoal e social. Nas suas pinturas, colagens e desenhos dos anos 60 aos 70, Rego opôs-se de forma apaixonada e feroz à ditadura portuguesa, usando uma variedade de fontes de inspiração, incluindo anúncios, caricaturas e notícias. Ela também explorou contos populares como representações da psique e do comportamento humano.

Paula Rego Interrogation. Private Collection, London © Paula Rego

Paula Rego Interrogation. Private Collection, London © Paula Rego

Paula Rego abandonou a colagem em 1980 e voltou à pintura, combinando memórias de infância com suas experiências como mulher, esposa e amante. A exposição incluirá pinturas importantes desse período e obras seminais que estabeleceram a reputação de Rego quando expostas pela primeira vez na Serpentine Gallery em 1988, incluindo The Policeman’s Daughter 1987. Muitas dessas obras estão relacionadas ao relacionamento intenso de Rego com seu marido, o pintor Victor Willing, que por muitos anos sofreu de esclerose múltipla, falecendo em 1988.

Ao longo de sua carreira, Rego sempre foi fascinada por contar histórias e isso permeia muito de seu trabalho. A exposição incluirá gravuras de sua série Nursery Rhymes 1989, na qual Rego explora a estranheza e a crueldade das tradicionais canções infantis britânicas. Como a primeira artista residente na National Gallery, Rego também se inspirou na história da arte, tecendo referências a antigos mestres como Hogarth e Velázquez em pinturas nas quais as protagonistas são mulheres, explorando sua luta e sua jornada para a emancipação, como em The Artist in Her Studio 1993.

Paula Rego Love 1995. Private Collection, London © Paula Rego

Paula Rego Love 1995. Private Collection, London © Paula Rego

A exposição é um convite ao mundo criativo de Rego e à exploração das mise-en-scènes que a artista vem montando, desenhando e pintando em seu estúdio ao longo dos anos 2000. A exposição também reunirá obras impressionantes que abordam as questões do tráfico de mulheres e da mutilação genital feminina. Essas imagens poderosas confrontam histórias difíceis de dor e abuso que Rego sente que precisam ser contadas.

Com curadoria de Elena Crippa e Zuzana Flašková como curadora assistente, a exposição de Paula Rego poderá ser vista na Tate Britain de 7 de julho a 24 de outubro de 2021.

Paula Rego, ‘The Dance’ 1988

Paula Rego, The Dance 1988. Tate. © Paula Rego

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