David Zwirner compartilha sua plataforma de salas de exibição online com 12 galerias de Nova York 

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O galerista disponibilizou sua plataforma online para que galerias menores consigam manter-se vivas no mercado atual

Como as empresas de Nova York e do mundo permanecem fechadas e lutam para lidar com as consequências econômicas da pandemia de coronavírus, muitas galerias de pequeno e médio porte procuram migrar para mercados online e showrooms virtuais. Tais transições, no entanto, podem ser difíceis para aqueles que carecem de recursos ou funcionários para digitalizar seus estoques. Em reconhecimento às dificuldades enfrentadas pelas galerias menores, David Zwirner está se oferecendo para compartilhar suas salas de exibição online com outros doze negociantes de arte de Nova York.

A exibição conjunta, intitulada “Platform: New York”, será realizada de 3 de abril a 1º de maio e reunirá galerias localizadas em Nova York, incluindo 47 Canal, Bureau, James Fuentes e Magenta Plains, muitas das quais tiveram suas temporadas canceladas.

As galerias participantes exibirão duas obras de um único artista na “Platform”, permitindo que elas ignorem o caro processo de construir seu próprio showroom online do zero. David Zwirner está oferecendo o espaço de forma gratuita e sem cobrar comissão pelas vendas. A iniciativa “Platform” continuará com uma edição em Londres, cujos detalhes serão anunciados em abril.

Através de um comunicado, a galeria explicou que a plataforma surgiu das conversas entre os diretores e seus pares sobre os desafios enfrentados por todas as galerias no momento atual. “Com as galerias físicas temporariamente fechadas devido à crise global da saúde, a comunidade artística se voltou cada vez mais aos espaços digitais para compartilhar o trabalho dos artistas e envolver o público em todo o mundo”, diz o comunicado.

O próprio David Zwirner defendeu que galerias maiores devem apoiar espaços menores, que formam a base da indústria da arte. Em 2018, ele pediu um sistema semelhante de subsídio, pelo qual galerias maiores poderiam ajudar a compensar os custos de participação em feiras de arte das pequenas participantes. Posteriormente, várias feiras introduziram essas medidas.

Instituições de arte em todo o mundo reforçaram suas presenças online, em resposta à disseminação do COVID-19. Art Basel Hong Kong e Art Central lançaram suas versões virtuais na semana passada, depois que suas edições foram canceladas em fevereiro. A Bienal de Sydney encerrou suas exposições públicas no dia 24 de março, com exibições agora disponíveis na plataforma Google Arts & Culture.

Salas de exposição (e venda) virtuais

A gigante do mundo da arte lançou sua iniciativa digital, o Online Viewing Rooms, depois que a empresa decidiu cancelar a edição 2020 de sua feira de Hong Kong por causa do COVID-19. O site do projeto contou com mais de dois mil trabalhos de 235 galerias – adesão de mais de 90% dos expositores que pretendiam participar do evento em Hong Kong. Enquanto mega-galerias, incluindo David Zwirner, Gagosian e Hauser & Wirth, que já têm perfis digitais fortes, relataram vendas na faixa de seis a sete dígitos durante a semana de duração da iniciativa, medir como a plataforma beneficiou galerias menores foi mais difícil.

"A Painting And My Painting", vista da exposição de na KUGURU, Yamagata, Japão

“A Painting And My Painting”, vista da exposição de Teppei Takeda na KUGURU, Yamagata, Japão

Maho Kubota, proprietário da jovem Galeria Maho Kubota, com sede em Tóquio, disse que ficou entusiasmado quando a galeria recebeu indagações dos Estados Unidos e da Europa sobre as obras do artista Teppei Takeda, que permanece relativamente desconhecido no cenário artístico internacional, e que puderam vender trabalhos na nova plataforma. Alex Logsdail, diretor executivo da Lisson Gallery, disse que as salas de exibição “não eram um substituto para o ritmo e a interação de uma feira de arte”, mas que participar da nova iniciativa ainda é uma “experiência que vale a pena”.

A Frieze, que cancelou a edição de 2020 da sua feira em Nova York no início deste mês, também montará uma exposição virtual. Os quase 200 expositores que se inscreveram na feira, que aconteceria no Randall’s Island Park entre 7 a 10 de maio, poderão enviar trabalhos para a plataforma e o aplicativo da Frieze gratuitamente.

Através de um e-mail dirigido à imprensa e galerias, os organizadores falaram sobre a iniciativa: “A Frieze Viewing Room oferece a colecionadores novos e estabelecidos, profissionais de museus e ao público a capacidade de explorar e adquirir digitalmente arte de galerias líderes mundiais. Esperamos que estas iniciativas resultem em suporte para seus negócios durante este período difícil e sem precedentes”.

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