De Roma a Nova York, o mundo das artes se prepara para receber 8 novas galerias

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Apostando nos espaços físicos de exposição e negociação, surgem ao redor do mundo oito importantes espaços dedicados a arte

Muitas mudanças vêm acontecendo no cenário da representação e negociação de obras e artistas, onde notícias sobre feiras e salas de exibição online são cada vez mais presentes. Esses prognósticos podem assombrar os espaços físicos dedicados à arte – mas não intimidaram oito galerias que escolheram inaugurar novos espaços em 2020.

As inaugurações – espalhadas por Nova York, Londres, Hong Kong e Roma – revelam que os representantes ainda estão entusiasmados com o desenvolvimento de uma nova programação de galeria e a descoberta de novos modelos de negócios.

Vista da exposição “Elements of Existence,” na Public Swim

Vista da exposição “Elements of Existence,” na Public Swim

Public Swim, Nova York
Aberta

Enquanto as mega-galerias continuam a se expandir no Chelsea, Madeleine Mermall e Catherine Fenton Bernath apostam no Lower East Side para a sua lista própria de artistas emergentes. No início de janeiro inauguraram seu espaço de exposições, a Public Swim, na rua da corajosa galeria de Ellie Rines, da celebrada 56 Henry e a poucos passos do espaço Tramps, de Parinaz Mogadassi, e Essex Flowers, entre outras galerias próximas.

Nos últimos anos, Mermall organizou pequenas exposições e fez bom uso de locais peculiares, variando de uma antiga cervejaria do Brooklyn a uma amada livraria. Bernath é um artista com MFA de Parsons. A dupla escolheu a área de Chinatown e Lower East Side, disse Mermall, porque “a diversidade do bairro se alinha à nossa missão estendida de não apenas focar na arte de artistas emergentes, mas trabalhar em métodos de inclusão e transparência com nossa vizinhança e além dela”. A dupla começou a procurar organizações, instituições e escolas públicas para discutir maneiras de colaborar. a mostra inaugural da galeria, “Elements of Existence” (até 8 de março), apresenta trabalhos de oito pintores que abraçam o estranho.

Vista da exposição de Judith Schaechter, “Almost Better Angels,” na Clair Oliver Gallery, 2020

‘Vista da exposição de Judith Schaechter, “Almost Better Angels,” na Clair Oliver Gallery, 2020

Claire Oliver, Nova York
Aberta

Em 2018, a galerista do Chelsea, Claire Oliver, comprou uma casa de quatro andares no Harlem. Depois de direcionar reformas meticulosas – criando uma vitrine de vidro e abrindo o primeiro piso – Oliver celebrou a inauguração seu novo espaço em 18 de janeiro.

A primeira exposição, até 22 de fevereiro, apresenta caixas de luz de vitral de Judith Schaechter, cujo trabalho também inaugurou o espaço de Oliver no Chelsea há quase 20 anos. “Como foi uma escolha consciente mudar-se para o Harlem, por ser um centro cultural, foi especialmente emocionante ter nossa comunidade local apoiando-a fortemente”, disse Oliver, observando que colecionadores e curadores compareceram à abertura . Em seguida, a galeria abre uma exposição de colchas em grande escala de Bisa Butler em 29 de fevereiro.

Sun Yuan and Peng Yu, Teenager Teenager, 2011

Sun Yuan and Peng Yu, Teenager Teenager, 2011

Galleria Continua, Roma
Aberta

Com presença internacional, a Galleria Continua, que opera em San Gimignano (Itália), Pequim (China), Les Moulins (França) e Havana (Cuba), abriu um novo local dentro do hotel St. Regis, em Roma, no dia 23 de janeiro. No lobby do hotel, a galeria montou três instalações dos participantes da Bienal de Veneza 2019, Sun Yuan e Peng Yu. Um deles, intitulado Teenager Teenager (2011), lembra um sofá povoado por bonecas em tamanho natural com grandes pedras onde deveriam estar suas cabeças.

A primeira exposição da Galleria Continua no espaço St. Regis apresenta pintura e instalação do artista multimídia cubano José Yaque, até 28 de março. Em comunicado à imprensa, a galeria explicou que sua expansão não é ditada pelo mercado, mas pelas “pessoas, situações e lugares” que encontra. “Quando encontramos um lugar com o qual sentimos um certo tipo de harmonia, nos lançamos nele, de corpo e alma”. Em Roma, os fundadores já têm um círculo de amigos colecionadores para apoiar o programa.

Mamoth, Londres
Abertura em 27 de fevereiro

Esta nova galeria, no coração de Bloomsbury, apresenta uma arquitetura georgiana elegante e reformada. Os colecionadores de Xangai, Jiafeng e Litian He, que compartilham experiência no mercado de arte chinês, serão os curadores de exposições de arte contemporânea nos três espaços de exibição, com cerca de 170 m². As exposições de abertura incluem uma individual do jovem pintor suíço Lenz Geerk e uma coletiva com Anthony Cudahy, Dominique Fung, Alessandro Fogo, Stanislava Kovalcikova e Jenna Gribbon.

Villepin, Hong Kong
Abertura em março de 2020

O ex-primeiro ministro francês, Dominique de Villepin, tem planos de lançar uma nova galeria em Hong Kong em março. Ele está se unindo ao filho Arthur de Villepin para abrir um espaço de exposição de três andares e 280m².

A primeira exposição da dupla contará com o trabalho do expressionista abstrato chinês-francês Zao Wou-Ki, cujo mercado explodiu na última década. “A arte tem uma forte função social e é preciso haver uma inteligência cultural por trás de cada coleção e uma compreensão do papel de cada obra de arte dentro do esquema maior”, disse Dominique de Villepin em comunicado à imprensa.

L’INCONNUE, Nova York
Abertura no primeiro semestre de 2020

Leila Greiche, que abriu o L´INCONNUE em Montreal em 2016, mudará seu programa para um espaço em Chinatown. Sua lista apresenta cerca de 30 artistas contemporâneos, e a inauguração do espaço terá uma individual de Vera Frenkel, artista multimídia de Toronto cujo trabalho se concentra em questões de migração.

Em uma declaração à imprensa, Greiche aludiu ao seu desejo de encontrar uma audiência maior em Manhattan do que em Montreal. “O mundo da arte é um nicho de mercado e uma comunidade, portanto, acredito que há mais oportunidades de cultivar uma audiência e um programa em Nova York, que possibilitarão o avanço da galeria”, disse ela. “Também espero trazer o conhecimento que adquiri da comunidade artística canadense para este novo empreendimento”.

Thomas Nickles Project, Nova York
Abertura em abril/maio de 2020

O Thomas Nickles Project, que trabalha com artistas cubanos, operou no Brooklyn mediante agendamento prévio nos últimos quatro anos. Os fundadores Kristen Thomas e John Nickles estão prontos para levar seu trabalho curatorial para um espaço permanente. Embora eles ainda não tenham assinado um contrato, planejam tomar posse de um espaço da Orchard Street, renová-lo e abrir na primavera novaiorquina. Eles se sentem atraídos pela área, disse Nickles, porque “irão se juntar a uma comunidade de ideias, com pequenas e médias galerias, onde o espírito da cidade de Nova York ainda parece autêntico”.

Cromwell Place, Londres
Abertura em maio de 2020

Um edifício do século XIX em South Kensington promete se tornar um novo centro de arte de Londres. Chamado Cromwell Place, o local possui 13 galerias, instalações de armazenamento de arte, escritórios, salas de reunião, salas de exibição, serviços de manuseio de arte e salões sociais. As partes interessadas podem se inscrever para se tornarem membros até 21 de fevereiro. A Arndt Art Agency, The Third Line e Addis Fine Art já se inscreveram como membros. A configuração fornece um novo modelo para galerias menores – espera-se que seja um modelo de coworking sustentável e inovador para galeristas que procuram se estabelecer em cidades caras.

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