Em uma decisão sem precedentes, os quatro finalistas ganham o Turner Prize 2019

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Como coletivo, os quatro artistas pleitearam o prêmio e foram atendidos pelo juri

Foi anunciado na noite de terça-feira que o Turner Prize 2019, apresentado em parceria com Tate e Turner Contemporary, foi concedido a um coletivo que reúne os quatro artistas indicados: Abu Hamdan / Cammock / Murillo / Shani.

O prêmio foi entregue por Edward Enninful, editor-chefe da British Vogue, em uma cerimônia transmitida ao vivo na BBC, direto de Margate.

Os quatro indicados – Lawrence Abu Hamdan, Helen Cammock, Oscar Murillo e Tai Shani – se uniram para solicitar que o júri considerasse conceder o prêmio a eles como um coletivo. Em reconhecimento ao compromisso compartilhado desses artistas com causas sociais e políticas urgentes, o júri decidiu por unanimidade honrar esse pedido.

The four nominated artists for the 2019 Turner Prize at the awards ceremony. From left to right: Oscar Murillo, Tai Shani, Helen Cammock, and Lawrence Abu Hamdan. Photo by Stuart Wilson/Getty.

Em uma carta conjunta destinada ao júri, os artistas disseram: “Neste momento de crise política na Grã-Bretanha e em grande parte do mundo, quando já existe tanto que divide e isola pessoas e comunidades, nos sentimos fortemente motivados a usar a ocasião do Prêmio para fazer uma declaração coletiva em nome do comunitário, da multiplicidade e da solidariedade – tanto na arte quanto na sociedade”.

O júri elogiou os artistas por seu compromisso com o poder coletivo da arte. Eles observaram que esse ato único e oportuno de solidariedade encapsula as razões pelas quais esses quatro artistas foram indicados, como demonstrado nas obras que exibiram na Turner Contemporary.



“Em nossa reunião de hoje, fomos presenteados com a carta dos artistas e decidimos por unanimidade concordar com o pedido deles. Temos a honra de apoiar esta ousada declaração de solidariedade e colaboração nestes tempos divididos. Seu ato simbólico reflete a poética política e social que admiramos e valorizamos em seu trabalho”, declarou o juri.

Alex Farquharson, diretor da Tate Britain e presidente do júri do Turner Prize, disse: “Ao se unirem e se apresentarem como um grupo, os artistas indicados este ano certamente deram ao júri muito o que pensar. Mas está muito no espírito do trabalho desses artistas desafiar as convenções, resistir às visões de mundo polarizadas e defender outras vozes. Todos os jurados acharam que isso fez do coletivo um vencedor digno do Prêmio Turner”.


Um dos prêmios mais conhecidos para as artes visuais do mundo, o Turner Prize visa promover o debate público sobre novos desenvolvimentos na arte contemporânea britânica. Fundado em 1984, o prêmio recebeu o nome de JMW Turner (1775-1851) e é concedido a um artista nascido ou residente no Reino Unido, em reconhecimento a uma excelente exposição ou outra apresentação de seu trabalho nos últimos doze meses.

A edição 2019 do Turner Prize foi a primeira em que o local da exposição, fora de Londres, tem uma conexão direta com JMW Turner. A Turner Contemporary fica no local da residência do artista e desfruta de vistas dos céus que Turner considerava “os mais bonitos de toda a Europa”.

Os membros do júri do Turner Prize 2019 são Alessio Antoniolli, diretor da Gasworks & Triangle Network; Elvira Dyangani Ose, diretora da The Showroom Gallery e professora de culturas visuais na Goldsmiths; Victoria Pomery, Diretora, Turner Contemporary, Margate; e Charlie Porter, escritor. O júri é presidido por Alex Farquharson, diretor da Tate Britain – para onde o prêmio retornará no próximo ano.

Trabalhando com parceiros da região, a Turner Contemporary quer tornar o Turner Prize 2019 um momento inesquecível para o público de Margate, Kent e além. A exposição dos quatro artistas indicados já foi vista por quase 100 mil visitantes, tornando-a uma das mais populares do Turner Prize exibidas de Londres. A exposição, com curadoria de Rowan Geddis e Fiona Parry, continua até 12 de janeiro de 2020, com entrada gratuita.

 

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