Jeff Koons volta a deter o posto de artista vivo mais caro do mundo

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“Rabbit” foi arrematado por US$ 91 milhões na Christie’s durante as vendas de arte pós-guerra e contemporânea, que trouxe outros destaques

Jeff Koons foi mais uma vez coroado como o artista vivo mais caro do mundo. “Rabbit” (1986), um coelho de aço inoxidável (1986), foi vendido por US$ 80 milhões (US$ 91 milhões, com taxas) a Robert Mnuchin, comerciante de arte que estava representando um cliente.

O brilhante coelho prateado era inegavelmente o troféu da noite. Fazia parte de meia dúzia de trabalhos consignados pela família do falecido magnata da revista Si Newhouse e considerada a última de uma edição de quatro a estar em mãos privadas. Com estimativa inicial entre US$ 50 e US$ 70 milhões e vendida sem garantia, a escultura de três metros de altura foi abrigada em um enclave cirúrgico branco, suavemente iluminada sobre um pedestal.

O recorde anterior de Koons (US$ 58,4 milhões por uma escultura de balão laranja de cachorro vendida em 2013, também na Christie’s) foi abalado no outono passado, quando a casa de leilões vendeu uma tela de David Hockney por US$ 90,3 milhões.

Mas o coelho foi apenas um dos vários sucessos ao longo da noite, que rendeu US$ 468 milhões (US $ 538,9 milhões com taxas) em 91% de seus 56 lotes vendidos; destas, apenas seis obras haviam aparecido em leilão nas últimas duas décadas. O total supera a venda do ano passado em cerca de US$ 10 milhões.



Ascensão de Rauschenberg

A outra grande venda da noite foi Buffalo II (1964), de Robert Rauschenberg, parte da coleção Robert B. e Beatrice C. Mayer Family, que atingiu US$ 78 milhões (US $ 88,8 milhões com taxas), superando a estimativa que ia de US$ 50 a US$ 70 milhões. No início, atraiu uma enxurrada de lances, mas dois compradores por telefone disputaram o lote em lances de meio milhão. Rauschenberg sempre teve um mercado formado por conhecedores, diz o consultor de arte Todd Levin, que mais cedo disputou uma serigrafia feita logo depois do assassinato do presidente americano John F. Kennedy. “O coelhinho de Koons pode ser um ícone do artista, mas Buffallo II é uma peça que marcou época”, disse ele.

A assessora Grace Li afirmou que o artista, há muito, merece uma correção no seu preço de mercado: “Não faz sentido que seus valores estivessem abaixo de seus pares, como Jasper Johns e Cy Twombly, por tanto tempo. Sua influência na arte contemporânea internacional, especialmente na China e América Latina, foi muito maior do que a deles em décadas passadas”.

Louise Bourgeois, Spider (1997).

Top dos pops

Várias peças de Andy Warhol também se saíram bem, depois de anos de um mercado secundário mais frio para suas obras – resultado, talvez, de uma atenção renovada após a recente retrospectiva do Whitney Museum sobre seu trabalho. Double Elvis (Ferus Type, 1963) foi vendido por US$ 48 milhões (US$ 53 milhões com taxas), enquanto um retrato azul de Elizabeth Taylor bateu US$ 19,3 milhões com taxas, um pouco abaixo de sua baixa estimativa de US $ 20 milhões. Brett Gorvy, da Lévy Gorvy, ficou com Little Electric Chair, da coleção Newhouse, por US$ 7 milhões (US$ 8,2 milhões com taxas).

No entanto, alguns lotes fracassaram, como obras de Jean-Michel Basquiat e Keith Haring. A conhecida tela de Keith Haring, “Silence = Death” (1988), mal alcançou sua estimativa de US$ 4,5 milhões, embora tenha sido oferecida por cerca de US$ 8 milhões no estande da Levy Gorvy, na Art Basel Miami Beach, em dezembro. Dois trabalhos de Hockney do final dos anos 1970 só atenderam às suas baixas estimativas.

Pequenas vitórias para as mulheres e para o mundo

Havia apenas cinco lotes de artistas mulheres na venda, mas a maioria deles se saíram bem. “Spider” (1997), de aranha em bronze de Louise Bourgeois, chegou à média de sua estimativa inicial, alcançando US$ 28 milhões (US $ 32 milhões com taxas) e estabelecendo um recorde mundial para a artista, assim como entre as escultoras. O preço também marca o segundo trabalho mais caro de uma artista mulher vendida em leilão, ficando atrás da pintura “Jimson Weed” de Georgia O’Keeffe (US$ 44,4 milhões). Continuando a valorização das obras de Joan Mitchell no mercado, “Hans” (1981), quase dobrou sua estimativa, ao ser vendida por US$ 12,1 milhões (com taxas).

O último lote, uma cena de jardim de Jonas Wood, foi vendida em prol da Global Wildlife Conservation (GWC) e ultrapassou sua estimativa de US$ 700 mil para arrecadar US$ 4,9 milhões – dobrando o recorde mundial de leilões do artista. Esta receita deve financiar uma reserva de 600.000 acres de floresta tropical da América do Sul, para proteger várias espécies nativas em extinção e ajudar a combater a mudança climática, encerrando a noite com uma inesperada nota altruística.

Via The Art Newspaper

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