“Procissão”, de 1954, fica em exposição no Centro Cultural São Paulo até maio

Admiradores da pintora Tarsila do Amaral têm um motivo para comemorar em março. Aproveitando o Mês da Mulher, o Centro Cultural São Paulo reinaugura o painel pintado a óleo “Procissão”, de 1954. A obra monumental possui 2,52m por 7,04m e foi restaurada pela equipe do centro cultural.

Pertencente à Coleção de Arte da Cidade de São Paulo (antiga Pinacoteca Municipal), sob guarda do Centro Cultural São Paulo, a obra integrou a Exposição Histórica de S. Paulo, realizada na Oca, em 1954. A cena observada na pintura da artista remete a uma procissão de Corpus Christi do século 18.

Procissão (1954), de Tarsila, em exposição no CCSP

“É uma imensa alegria que neste mês da mulher tivemos a possibilidade de inaugurar essa preciosidade criando essa sinergia artística em um momento tão especial em que a cidade de São Paulo se coloca como uma metrópole aberta culturalmente para a valorização da cultura e que busca alternativas para o entretenimento. A primeira coisa que fiz como secretário de Cultura foi ajudar o acervo do CCSP, que era um antigo desejo pessoal. Sempre fui um grande fã desse espaço que representa a vanguarda paulistana”, afirmou o secretário de Cultura, Alê Youssef, para a Secretaria Especial de Comunicação da Prefeitura.

Procissão está no piso superior do CCSP, chamado Caio Graco, e permanece em exposição até 22 de maio, com entrada livre e gratuita.

Tarsila do Amaral

Além de pintora, Tarsila do Amaral (1886 — 1973) também foi desenhista e tradutora brasileira. Destacou-se como uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil. Em 1924, em meio à uma viagem de “redescoberta do Brasil” com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os “bichos nacionais” (mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.