Aranha de Louise Bourgeois vai passear pelo Brasil

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O trabalho colossal, uma das primeiras esculturas aracnídeas feitas pela artista, embarcou em uma turnê que vai passar por várias cidades

Por mais de duas décadas, uma das primeiras esculturas de aranha em grande escala de Louise Bourgeois – criada como uma homenagem à mãe – dominou o átrio do Museu de Arte Moderna de São Paulo. O trabalho em bronze monolítico agora vai partir para uma turnê de um ano, por várias cidades do Brasil. Sua primeira parada será no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, onde está instalada desde 15 de dezembro.

Escultura é desmontada no MAM antes de seguir em turnê pelo país

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O Instituto Itaú Cultural, que emprestou o trabalho ao museu, adquiriu a escultura por US$ 450 mil em 1996, ano em que o trabalho foi exibido em um salão dedicado à artista francesa na 23ª Bienal de São Paulo. A turnê faz parte de uma iniciativa para “democratizar a coleção”, diz Eduardo Saron, diretor cultural do instituto.

Como preparação para a expedição, a obra viajou no início de 2018 para a Easton Foundation em Nova York, a organização sem fins lucrativos que Bourgeois lançou na década de 1980, para que pudesse ser restaurada. Como a maioria das primeiras aranhas fabricadas por Bourgeois era oca e não resistiria a viagens e ao clima, ela também foi preenchida por bronze. A escultura de três metros de altura pesa agora mais de 700 kg – cada perna pesa cerca de 68 quilos – e precisa ser desmontada em dez peças, um processo que requer uma equipe de vários técnicos para o transporte.

O trabalho é um dos vários aracnídeos que Bourgeois produziu em meados da década de 1990 em memória de sua mãe, Joséphine Fauriaux, restauradora de tapeçaria, que morreu em 1932. Sua imponente Maman (1999) foi feita para a inauguração da Tate Modern de Londres. As aranhas são “úteis e protetoras, assim como minha mãe”, disse Bourgeois ao revelar a sua primeira obra da série em 1995.

“Aranha” permanece no Inhotim até 14 de abril. Em maio, segue para a fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, e em agosto para Curitiba, no museu Oscar Niemeyer. Há negociações para que passe por outras cidades, como o Rio, ainda em 2019.

 

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