David Zwirner, Kerry James Marshall e o movimento #MeToo no topo da lista Power 100 da ArtReview

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A lista engloba os 100 nomes mais poderosos do cenário internacional da arte e inclui três representantes brasileiros

O galerista David Zwirner é a pessoa mais poderosa do mundo da arte, de acordo com a lista anual Power 100 da ArtReview. Zwirner, nascido na Alemanha, que preside espaços em Nova York, Londres e Hong Kong, e cuja galeria representa mais de 60 artistas e propriedades de artistas, saltou do quinto lugar na lista do ano passado para ficar no topo da lista de 2018. Como evidência de sua inigualável influência, ArtReview citou não apenas sua próspera galeria, mas também sua sugestão durante uma conferência em abril de que grandes galerias deveriam ser taxadas para subsidiar galerias menores em feiras de arte; vários meses depois, a Art Basel e a Frieze introduziram esquemas de preços escalonados. “Quando Zwirner fala, o mundo da arte ouve”, declarou a ArtReview em um comunicado de imprensa da anunciando a lista de 2018.

Em segundo lugar está o pintor Kerry James Marshall, de Chicago, cujo perfil global continuou a subir este ano (ele ficou em 68º lugar na lista do ano passado). Em maio, ele se tornou o mais caro artista negro em atividade, quando Sean “Diddy” Combs comprou sua pintura Past Times (1997) por US$ 21,1 milhões. Mais recentemente, seu poder e influência foram confirmados quando o prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, levou outra pintura de Marshall para leilão, Knowledge and Wonder (1995), em parte porque o artista expressou sua frustração com a venda.

Completando os três primeiros lugares está #MeToo, marcando a primeira vez que um movimento (em vez de uma pessoa ou coletivo) apareceu na lista. O ArtReview cita o impacto palpável do movimento de justiça social global e igualdade de gênero no mundo da arte por meio de grupos como We Are Not Surprised e a conta do Instagram Scene and Herd – que recentemente levantou acusações contra o co-fundador da Kochi-Muziris Biennale, Riyas Komu.

Segundo a análise da Artsy, a lista ArtReview Power 100 do ano passado era composta por 38% de mulheres. A lista deste ano apresenta 48 mulheres, algumas das quais – como Manuela Wirth, que é co-presidente da Hauser & Wirth com seu marido Iwan (6ª posição) – são membros de duplas ou grupos.

Notáveis novatos na lista deste ano incluem o crítico e poeta Fred Moten (número 10), o fotógrafo e ativista Nan Goldin (número 18), o curador Paul B. Preciado (número 23) e Pamela Joyner (número 36), proeminente colecionadora de trabalho de artistas afro-americanos.

O líder do ano passado, o artista conceitual alemão Hito Steyerl, caiu para o número quatro, enquanto o artista francês Pierre Huyghe caiu do top 10 para o número 12. A influente teórica feminista Donna Haraway, número três do ano passado, experimentou uma das quedas mais bruscas, chegando a 67ª posição neste ano.

Três brasileiros integram a lista deste ano: Luisa Strina, descrita pela publicação como uma venerável galerista brasileira, à frente de sua própria feira de arte, caiu da 49ª posição em 2018 para a 79ª neste ano. Subindo da 100ª para a 96ª posição está Vanessa Carlos. À frente da Carlos/Ishikawa, Vanessa é criadora da Condo e porta-voz do grupo We Are Not Surprised, que destaca abuso e misoginia no mundo da arte. Fechando a lista da participação nacional aparece o trio Felipe Dmab, Pedro Mendes & Matthew Wood, da Mendes Wood DM, agora com postos avançados em Nova York e Bruxelas, além de São Paulo, internacionalizando seu rol de artistas e apresentando jovens brasileiros ao mundo.

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