O fosso, que se assemelha a uma pintura no chão, tem cerca de dois metros e meio de profundidade
O fascínio de Anish Kapoor pelo vazio o levou a criar alguns de seus trabalhos mais conhecidos. Na semana passada, uma de suas instalações foi palco de um incidente: um italiano de 60 anos caiu no buraco que faz parte da instalação “Descent Into Limbo”, durante uma visita à Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto, em Portugal.
Segundo informou o jornal local Público, o homem foi prontamente hospitalizado e se recupera bem. A área da exposição onde a obra é exibida foi fechada para reparos e o museu planeja adicionar mais sinalizações para evitar futuros acidentes.
![Anish Kapoor, Descent into Limbo (1992) na Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto](https://i0.wp.com/news.artnet.com/app/news-upload/2018/08/ak_0040_DO2LH_1200x0-769x1024.jpg?resize=702%2C935&ssl=1)
Anish Kapoor, Descent into Limbo (1992) na Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto
A obra de 1992 é composta por uma construção em forma de cubo, com 2,5 metros de profundidade. No chão, o vão é pintado de preto para dar a impressão de uma queda infinita.
O trabalho integra a mostra “Anish Kapoor: Obras, Reflexões, Experimentos”, a primeira retrospectiva em um museu português, onde o texto do mural observa que “a escultura é uma expressão dos interesses de Kapoor no jogo formal e metafórico entre luz e escuridão, dentro e fora, o contido e o infinito, que sustenta sua obra escultural”.
![Anish Kapoor, Descent Into Limbo (1992), diagramas. Courtesia de Anish Kapoor](https://i2.wp.com/news.artnet.com/app/news-upload/2018/08/dv1Iri-1.jpg?resize=702%2C392&ssl=1)
Anish Kapoor, Descent Into Limbo (1992), diagramas. Courtesia de Anish Kapoor
A exposição mostrava sinais de alerta e um membro da equipe cuidava da sala quando o homem caiu, de acordo com os protocolos de segurança estabelecidos. Os visitantes entram na instalação através de uma pequena porta, que leva a uma sala de concreto e estuque, com aproximadamente 120 metros quadrados. No centro do chão há um buraco circular, os lados pintados de preto, de modo que, à primeira vista, parece sólido, escondendo sua verdadeira profundidade. Kapoor projetou “Descent Into Limbo” para parecer um abismo sem fim no espaço; olhar para baixo é uma experiência vertiginosa.
No site do artista, o trabalho criado para a documenta IX em 1992 é descrito como um “edifício em cubo com um buraco negro no chão. É um espaço cheio de escuridão, não apenas um buraco”. A instalação leva o nome de uma pintura do pintor renascentista italiano Andrea Mantegna.
“Anish Kapoor: Obras, Reflexões, Experimentos”, está em exposição no Museu de Serralves (Porto, Portugal) até 6 de janeiro de 2019.
![Anish Kapoor, Descent into Limbo (1992) na Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto](https://i1.wp.com/news.artnet.com/app/news-upload/2018/08/AK-0039-1024x769.jpg?resize=702%2C527&ssl=1)
Anish Kapoor, Descent into Limbo (1992) na Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto