White Cube recebe “Rio Azul”, exposição de Beatriz Milhazes

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Obras em suportes diversos e formatos ocupam a galeria londrina – incluindo uma tapeçaria inédita criada especialmente para esta exposição

A White Cube, Bermondsey, apresenta até o dia 30 de junho uma grande exposição de obras de Beatriz Milhazes com uma variedade rica de suportes, incluindo pintura, instalação, escultura, colagem e sua primeira tapeçaria: uma obra única e importante criada especialmente para a mostra.

Em uma nova série, pinturas fazem referência à sensação de espaço achatada dos recortes em papel de Matisse e às composições coloridas da pintora e designer modernista Sonia Delaunay. Milhazes continua a empregar uma paleta de cores vivas e desenfreada com formas “neoconcretistas” e geométricas. Formas circulares, padrões abstratos e florais e expansões sólidas de cores únicas são definidas contra linhas paralelas ou onduladas; imagens que ecoam tanto a profusão tropical da flora nativa do Brasil quanto a delicada transparência e características de sua arquitetura modernista.

Sonho Tropical (2017), Beatriz Milhazes

Sonho Tropical (2017), Beatriz Milhazes

Em “O grande dia” (2016-17), por exemplo, formas parecidas com engrenagens interligadas, que sugerem o mecanismo interno de um relógio ou máquina, são colocadas sobre uma expansão de raios para criar uma superfície inquieta e energética. Da mesma forma, em “Sonho Tropical” (2017), uma série de semicírculos e círculos incompletos, bem como variados padrões lineares, atrai os olhos de ponta a ponta da tela.

Além destes, Milhazes exibe uma nova série de colagens de papel em pequenos formatos, usando elementos sobrepostos para criar composições igualmente densas e complexas. De uma maneira semelhante às pinturas de Milhazes, elas fazem referência à abstração brasileira e européia por meio de sua multiplicidade de formas recortadas.

Rio Azul

A peça central da exposição é “Rio Azul” (2016-18), uma tapeçaria de grande escala instalada na parede posterior galeria. Inspirada no trabalho do artista modernista brasileiro e arquiteto paisagista Roberto Burle Marx, esta instalação dinâmica e expansiva, com 16 metros de largura e quase 3 metros de altura, é composta por formas lineares onduladas, blocos geométricos, círculos, folhas e flores para criar uma espécie de paisagem cinética, como um vislumbre através e por trás de uma tela de formas botânicas e arquitetônicas.

Feita ao longo de um período de dois anos com mestres tecelãs em Pinton Mill, na França, suas fibras de lã multicoloridas, cada uma tingida individualmente de forma manual, formam uma extensão intricada de profundidade em tons brilhantes e textura de superfície luxuosa.

A exposição fica até 30 de junho na White Cube da Bermondsey Street, em Londres.

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