Lubaina Himid é a artista mais velha a receber o Prêmio Turner

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Aos 63 anos, a artista foi agraciada com o prestigiado prêmio por sua abordagem “intransigente” das relações raciais

Lubaina Himid ganhou o Prêmio Turner deste ano, um dos mais prestigiados e, frequentemente, um dos prêmios de arte mais controverso do mundo. A vitória de Himid é histórica, marcando a primeira vez em que uma mulher negra levou o prêmio para casa. Concedido pela Tate, na Inglaterra, o título vem acompanhado de £ 25,000 (cerca de US$ 33,500). Hurvin Anderson, Andrea Büttner e Rosalind Nasashibi, os demais indicados, receberão £ 5.000 (ou cerca de US$ 6.700) cada um.

Desde a década de 1980, Himid concentrou-se em uma série de temas relacionados à raça, desde questões da diáspora africana até a visibilidade de artistas negros nos museus. Aos 63 anos, a artista nascida na Tanzânia é a mais velha entre os candidatos deste ano. Suas pinturas, impressões, desenhos e instalações estão atualmente nas coleções de Tate, Whitworth Art Gallery e Leeds City Museum, entre outras instituições.

Normalmente, o Prêmio Turner, que é distribuído anualmente, reconhece um artista emergente que trabalha no Reino Unido. (Em suas primeiras edições, o Prêmio Turner também era direcionado a diretores e curadores de museus). Mas este ano, pela primeira vez desde 1991, os artistas com mais de 50 anos eram elegíveis para serem nomeados para o prêmio. Sem a mudança de diretrizes, Himid e Anderson, que têm mais de 50 anos, não poderiam ter sido nomeados.

Visual exuberante

A decisão foi tomada com base nas três exposições de Himid em Oxford, Bristol e Nottingham, onde exibiu suas pinturas, gravuras e instalações. As obras incluem figuras de madeira, um elenco de personagens recortados, incluindo Margaret Thatcher e Ronald Reagan, e um conjunto de jantar de porcelana pintado com imagens de escravos negros.

O júri ficou “impressionado com a seriedade dos temas”, abordados por Himid, disse Alex Farquharson, diretor da Tate Britain. “Eles têm muita ressonância no presente – o legado do colonialismo, as formas diferentes que o racismo continua a tomar”, acrescentou. “Mas, também, a exuberância misteriosa e visual com a qual ela os transmite”.

Entre os jurados estavam Dan Fox, co-editor da revista Frieze; o crítico Martin Herbert; Mason Leaver-Yap, estudioso de imagens em movimento no Walker Art Center e curador associado do KW Institute for Contemporary Art; e Emily Pethick, diretora da galeria Showroom. O trabalho dos indicados ao prêmio de 2017 está atualmente em exibição na Ferens Art Gallery em Hull, Inglaterra, onde o vencedor foi anunciado em uma cerimônia na noite de terça-feira, dia 05.

Os vencedores das edições anteriores do Prêmio Turner incluem Damien Hirst, Cris Ofili, Tracey Emin, Helen Marten, Mark Leckey, Wolfgang Tillmans, Assembly e Anish Kapoor.

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