Expansão do acervo do MoMA deve agraciar Paris e Melbourne

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Os principais empréstimos da coleção do museu de Nova York serão exibidos em ambas as cidades, enquanto a instituição acrescenta mais um espaço em Manhattan

Glenn Lowry, diretor do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), diz que a ambiciosa renovação do museu – que está passando por um projeto de expansão de US$ 450 milhões – pode levar ao empréstimo de centenas de obras para grandes exposições em Paris e Melbourne.

Este mês, o MoMA emprestou 200 obras à Fundação Louis Vuitton de Paris, para a exposição “Etre moderne: Le MoMA à Paris” (em cartaz até 5 de março de 2018), apresentando peças-chaves de todos os seis departamentos do museu, de artistas como Paul Cézanne, Marcel Duchamp, Pablo Picasso, Cindy Sherman e Ellsworth Kelly.

“O gatilho para este empréstimo é a expansão”, diz Lowry ao The Art Newspaper. A Fundação Louis Vuitton “estava pensando em como o MoMA poderia se apresentar em Paris. Percebemos que, devido ao projeto de renovação do museu, tínhamos um momento único em que poderíamos oferecer muito mais do que, em outro momento, seríamos capazes”. O grandioso projeto de expansão, que irá adicionar quase 5 mil m² de espaço expositivo ao MoMA, deve ser concluído até 2019.

Untitled (the days of this society is numbered / December 7, 2012), Rirkrit Tiravanija

Tratamento VIP

As ambições do museu não param em Paris. No próximo ano, cerca de 150 obras do acervo do MoMA devem ser exibidas no NGV International em Melbourne (Masterworks from MoMA, de 8 de junho a 7 de outubro de 2018). Edward Hopper, Piet Mondrian e Mark Rothko serão representados na mostra, que está recebendo o tratamento VIP da comunidade local. O primeiro-ministro de Victoria, Daniel Andrews, diz em um comunicado: “Picasso, Van Gogh e Matisse: somente em Melbourne você verá esta lista de presença das figuras de arte mais emblemáticas da história”. A exposição australiana também tira proveito dos espaços reduzidos das galerias expositivas do MoMA durante a reforma.

MoMA multidisciplinar

Suzanne Pagé, diretora artística da Fundação Louis Vuitton, disse que os visitantes ganharão novos conhecimentos a partir dos empréstimos do MoMA. Logo na primeira sala, os princípios guias do MoMA já se tornam claros, segundo ela. Haverá dois sublimes Cézannes, incluindo “The Bather” (c.1885); um bronze de Brancusi, “Bird in Space” (1928); e um filme de 1913 com um elenco totalmente negro (Lime Kiln Club Field Day). “Isso reflete a abordagem multidisciplinar do MoMA, fundamental para a concepção original do museu”, explica Pagé.

A jornada ambiciosa em Paris também fez Lowry olhar com novos olhos para a coleção MoMA. “Há algo quase cromossômico nesta noção de laboratório aberto ao público, que foi a maneira bela e sucinta de Alfred H. Barr Jr descrever um museu, em oposição a um tesouro histórico de objetos preciosos. Como você pode tornar isso palpável?”.

O mostra de Paris começa com uma sala evocando o MoMA na década de 1930, destacando o Modernismo na visão de Barr e terminando com uma seleção das aquisições mais recentes do museu, incluindo uma instalação digital imersiva de Ian Cheng e a pintura Untitled (Club Cena), de Kerry James Marshall.

Texto original publicado no The Art Newspaper

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