20º Festival Sesc_Videobrasil discute questões geopolíticas através da arte

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Performances, lançamentos e uma visita guiada fazem parte da programação do festival

Em cartaz no Sesc Pompeia, o 20° Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil traz uma importante discussão sobre a representatividade geopolítica da arte. Com o título “Panoramas do Sul”, o festival, que engloba também atividades paralelas como performances e programas públicos, apresenta um panorama da produção do sul global, com nomes oriundos da América Latina, África, Ásia e Oriente Médio.

Em exibição até 14 de janeiro de 2018, estão reunidos trabalhos de mais de 50 artistas, entre eles Ana Mazzei, Ana Vaz, Bárbara Wagner, Cristiano Lenhardt, Elvis Almeida, Ícaro Lira, Jaime Laureano, Mabe Bethônico e Thiago Martins de Melo, estimulam uma discussão sobre as “amarras herdadas do passado colonial e contraídas de uma condição geopolítica periférica”, como coloca o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda.

Emo de Medeiros, Kaleta/Kaleta

Numa parceria entre o Sesc e a Associação Cultural Videobrasil, a mostra traz vídeos do acervo da Videobrasil, pinturas instalações, esculturas, fotografias, além de um conjunto de obras nos mais variados suportes que refletem, em sua diversidade de linguagem, uma multiplicidade de visões de mundo. Sob o fantasma permanente da crise e em meio a disputas narrativas e reordenamentos sociopolíticos, a produção de arte vinda de espaços marginalizados oferece novas formas de se pensar as dinâmicas sociais e políticas do mundo, além de repensar nossas origens.

Organizados em seis eixos temáticos – ecologias, reinvenção da cultura, políticas de resistências, histórias invisíveis – os trabalhos reunidos no Festival englobam discussões que vão além de discussões diretamente políticas para se pensar nossas origens, nossa história e nosso ecossistema. Solange Farkas, curadora-geral do Festival e diretora do Videobrasil, comenta que os trabalhos apresentados “borram as fronteiras entre as ciências e nos levam numa viagem sobre a origem da história, das sociedades e da Terra”. Ela completa: “as vozes simbolicamente vindas de outros lugares de partida que antes estavam à margem agora procuram qualificar uma nova ordem, diversa ao império moderno, às grandes narrativas históricas que deixaram um legado traumático e ao cientificismo de outra hora que nos fez crer na onipotência do homem e sua tecnologia”.

Frame de Cautivos, de Felipe Esparza Pérez

Artistas participantes

Alia Farid Abdal e Jesus ‘Bubu’ Negrón, Alyona Larionova, Ana Elisa Egreja, Ana Mazzei, Ana Vaz, Andrés Padilla Domene, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, Cristiano Lenhardt, Daniel Monroy Cuevas, Débora Mazloum, Elizabeth Vásquez Arbulú, Elvis Almeida, Emo de Medeiros, Engel Leonardo, Felipe Esparza Pérez, Filipa César, Graziela Kunsch, Haig Aivazian, Hellen Ascoli, Ícaro Lira, Jaime Lauriano, Jiwon Choi, Karo Akpokiere, Kavich Neang, Köken Ergun, La Decanatura, Louise Botkay, Mabe Bethônico, Manuela de Laborde, Mariana Portela Echeverri, Mariana Rodríguez, Miguel Penha, Mona Vatamanu & Florin Tudor, Monira Al Qadiri, Natasha Mendonca, Pakui Hardware, Pedro Barateiro, Quy Minh Truong, Rafael Pagatini, Rodrigo Hernández, Roy Dib, Sammy Baloji, Sasha Litvintseva, Seydou Cissé, Thando Mama, Tatewaki Nio, Thiago Martins de Melo, Viktorija Rybakova, Von Calhau!, Ximena Garrido-Lecca.

Curadoria geral de Solange Farkas | curadores convidados: Ana Pato, Beatriz Lemos, Diego Matos e João Laia

Publicado no site do Prêmio PIPA

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