“Descension”, de Anish Kapoor, ocupa o Brooklyn Bridge Park em NY

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A instalação é uma das mais viscerais do artista e permanece no parque até 10 de setembro

Promovida pelo Public Art Fund de Nova York, a instalação apresenta um espiral contínuo de água, criado por Anish Kapoor, um dos artistas mais influentes de sua geração.

Talvez mais conhecido por suas obras de arte públicas icônicas, sua última grande escultura ao ar livre em Nova York foi “Sky Art Mirror”, espelho côncavo de 10,7 metros de diâmetro, exibido no Rockefeller Center em 2006. Com “Descension”, Kapoor criou um espaço negativo dinâmico que desce no chão, perturbando as fronteiras familiares do nosso mundo. No meio de um parque quintessencial de Nova York, o artista nos convida a experimentar a pura maravilha perceptual de um material comum como a água, maniúlada para se comportar de forma extraordinária.

40 anos do Public Art Fund

“Como comemoramos 40 anos levando arte pública para a cidade de Nova York, é importante reconhecer os artistas e exposições que moldaram este discurso. Estamos entusiasmados com o fato de que o mais novo trabalho de Anish será um destaque desta temporada de aniversário, mais de uma década depois de sua estréia no exterior”, disse Nicholas Baume, diretor do Public Art Fund.

“Anish Kapoor nos lembra da contingência das aparências: nossos sentidos inevitavelmente nos enganam”

Desde meados da década de 1990, Kapoor explora a noção de vazio, criando obras que parecem retroceder à distância, desaparecer em paredes ou pisos, ou desestabilizar suposições sobre o mundo físico. “Descension” materializa uma aspiração de longa data do artista, criando um espaço negativo vivo com energia, continuamente em processo. Com cerca de oito metros de diâmetro, a piscina giratória é cercada por um corrimão, convidando o público a olhar em suas profundezas. Através desta transformação de propriedades inerentes a materiais e objetos, Kapoor esmaece as fronteiras entre natureza, paisagem e arte, permitindo-nos perceber o espaço de forma diferente.

“Anish Kapoor nos lembra da contingência das aparências: nossos sentidos inevitavelmente nos enganam”, disse Baume. “Desta forma, Kapoor está interessado no que não sabemos, e não no que fazemos, compreendendo que o limite da percepção é também o limiar da imaginação humana”.

Inicialmente concebido como um trabalho interior menor para a Kochi-Muziris Biennale (2014-15), “Descension” foi mais tarde reimaginado como uma peça em grande escala ao ar livre para a exposição individual de Kapoor em Versalhes (2015). Esta é a primeira vez que o artista traz “Descension” para a América do Norte, dando aos visitantes uma oportunidade única de experimentar uma das mais inovadoras obras da Kapoor.

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