Saiba como a Frieze transformou o calendário internacional da arte

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Criada em 2003, a feira que hoje se destaca no calendário anual do mercado de arte transformou o cenário londrino e hoje atrai mais de 100 mil visitantes

Há alguns anos, quando os fundadores da revista Frieze – Amanda Sharp e Matthew Slotover – consideraram lançar uma feira dedicada a arte contemporânea em Londres, não imaginaram o que o evento seria para o mercado global da arte.

Outubro foi o mês escolhido, na semana em que Sotheby’s e Christie’s realizavam modestos leilões de arte contemporânea. Mas a Frieze mudou tudo ao estrear em 2003, aumentando rapidamente as vendas destas casas. E ao longo dos anos, tornou-se obrigatória dentro do circuito de arte internacional, mesmo antes de lançar a Frieze Masters, em 2012.

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Em entrevista ao site Artnet, Oliver Barker, presidente da Sotheby’s Europa, disse: “É notável a rapidez com que ela se firmou no calendário de arte global”. Barker afirma ainda que a notoriedade da feira impulsionou as vendas da casa, incluindo quebra de recordes. Para ter uma ideia, as vendas da Sotheby’s neste leilão de arte contemporânea em 2003 totalizaram US$ 5 milhões. Em outubro de 2016, chegaram a US$ 56,3 milhões.

Em seu primeiro ano, a Frieze recebeu 27.700 visitantes. Doze anos depois, este número chegou a 105 mil. Comparada com outras feiras do continente, com décadas de existência, a Frieze vem se destacando. A Art Basel, criada na década de 1970, registrou 95 mil visitantes este ano, enquanto a Art Cologne, fundada em 1967, recebeu 60 mil pessoas em sua última edição.

Conrad Shawcross, Monolith (2016), uma das obras que ocupa o Sculpture Park durante a Frize London 2016

Conrad Shawcross, Monolith (2016), uma das obras que ocupa o Sculpture Park durante a Frize London 2016

“A Frieze surgiu em um momento em que tudo estava em expansão, criando uma oportunidade para que todos se reunissem, museus poderiam colocar suas melhores exposições, galerias poderiam montar suas mostras mais importantes do ano e todos pudessem desfrutar de Londres por uma semana”, afirma Victoria Siddall, diretora da feira.

A ideia inicial era aproveitar o timing e atrair os compradores dos leilões para a feira. Não demorou muito para que o fluxo se invertesse, com os colecionadores da Frieze aproveitando a oportunidade para comparecer aos leilões.

Estande da Lisson Gallery na Frieze London 2015

Estande da Lisson Gallery na Frieze London 2015

Hoje, a feira é vital para galeristas e marchands locais e estrangeiros, em todas as três atuais plataformas: Frieze Londres, Frieze Masters e Frieze Nova York, lançada em 2012. Este ano, a feira conta com a participação de 160 galerias, incluindo as brasileiras A Gentil Carioca, Fortes Vilaça, Mendes Wood DM, Galeria Luisa Strina e Vermelho no setor principal. No setor Focus, que retorna nesta edição e se dedica às galerias emergentes, está a galeria Jaqueline Martins. Outro setor que está de volta é o Live, dedicado à performances, que destaca a estreia internacional de “Para um corpo…”, da série “Hábiot/Habitante” de Martha Araújo (Galeria Jaqueline Martins, São Paulo & PM8, Vigo). Na Frieze Masters, participam Dan e Marília Razuk.

Frieze e Frieze Masters 2016 acontecem até domingo, dia 9, em Londres.

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