Retrospectiva do pintor cubano Wifredo Lam abre na Tate Modern

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A mostra reúne cerca de 200 trabalhos do artista cubano, abrangendo seis décadas de sua produção artística que combina originalidade, ideias surrealistas e a prática tradicional da pintura

A Tate apresenta uma retrospectiva do pintor modernista Wifredo Lam (1902-1982) na primeira exposição do artista em um museu londrino desde 1952. Incluindo mais de 200 pinturas, desenhos, fotografias e gravuras, a exposição traça suas seis décadas de carreira, desde 1920 até 1970, confirmando seu lugar no centro do modernismo cosmopolita.

Seu trabalho definiu novas formas de pintura para o mundo pós-colonial e foi recebido tanto com consternação quanto aclamação durante toda a sua vida. Como um artista latino-americano, com herança chinesa, espanhola e africana, Lam situa-se entre o Ocidente e o Oriente, combinando práticas tradicionais, ideias surrealistas e uma originalidade completa. Em um mundo cada vez mais conectado, o trabalho de Lam traz uma perspectiva histórica às questões contemporâneas.

Wifredo viajou muito, vivendo nos dois lados do Atlântico durante períodos de grandes mudanças políticas. A exposição começa com os trabalhos produzidos durante seus primeiros anos como artista na Espanha, logo após sua formação em Havana e Madri.

A exposição reavalia grandes obras de Lam dentro do contexto cultural e político depois de seu retorno a Cuba em 1941. Depois de 18 anos no exterior e de dois exílios forçados, Lam ficou desapontado ao descobrir a corrupção, racismo e pobreza de sua terra natal e respondeu ao perseguir o “cubanismo”. Ele criou obras combinando formas animais, vegetais e humanas, usando símbolos do ocultismo cubano e crenças afro-cubanas, como em obras como “The Eternal Present” (An Homage to Alejandro García Caturla) (1944), “The Wedding” (1947) e “The Threshold” (1950).

Em 1952, Lam deixou Cuba mais uma vez, seguindo para a Europa, onde expôs com frequência ao lado de artistas do grupo COBRA, estabelecendo-se em Albissola, cidade da costa italiana onde trabalhou até o fim de sua vida. Durante a década de 1960, o artista trabalho ao lado de Lucio Fontana, experimentando novos materiais. Lam chegou a criar cerca de 300 peças em cerâmica por volta de 1975, usando símbolos derivados de sua pintura e desenhos. Durante este período final, ele criou gravuras para ilustrar trabalhos de inúmeros poetas e escritores, como René Char, Gherasim Luca e Jean-Dominique Rey.

“The EY Exhibition: Wifredo Lam” tem curadoria de Matthew Gale e Catherine David. A mostra foi organizada pelo Centre Pompidou, Musée National d’Art Moderne (Paris), em colaboração com a Tate Modern e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Madri, e permanece em cartaz até 8 de janeiro de 2017.

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