Exposição aborda influência de Calder na arte brasileira

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“Calder e a Arte Brasileira” traça a relação entre este expoente da arte cinética e a produção brasileira de arte, do neoconcretismo até os dias atuais

O artista americano Alexander Calder (1898-1976) ganhou destaque a partir da metade do século 20, ao introduzir movimento às composições de formas abstratas e coloridas – os móbiles. Década após década, seu trabalho vem influenciando a produção de outros artistas.

Na exposição “Calder e a Arte Brasileira”, o foco são as influências do americano sobre a criação dos artistas brasileiros, especialmente os neoconcretos. Ocupando os três andares do Itaú Cultural, a mostra investiga esta relação através da exibição de 60 obras. São 32 peças de Calder, apresentadas ao lado de obras de artistas brasileiros, que permanecem em exposição até 23 de outubro.

“A influência de Calder na arte brasileira ainda é pouco estudada”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio em seu texto de apresentação. “Discutiu-se muito sua relação com o Brasil, mas pouco sua reverberação na criação artística propriamente dita”, completa.

 

Móbiles e peças inéditas no Brasil

Além dos móbiles de tamanhos variados, a exposição traz ainda guaches, maquetes, desenhos e pinturas a óleo executados por Calder. Algumas peças são inéditas no país, como “Vermelho, branco, preto e bronze” (1934) e “Digitais Escarlate” (1945). Outro destaque é “Brasília”, maquete de um monumento que teria 15 metros de altura e ocuparia a Praça dos Três Poderes – mas que nunca chegou a ser instalado. O projeto, encomendado por Niemeyer – amigo pessoal de Calder, foi exibido uma única vez no Brasil, entre 2006 e 2007.

Para elucidar esta relação com o Brasil, a exposição traz inúmeras obras de artistas brasileiros – especialmente os da primeira geração do neoconcretismo, Estão presentes na exposição obras Além dos nomes ligados à primeira geração do neoconcretismo, como Abraham Palatnik, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Willys de Castro, Judith Lauand, Lygia Pape, Waltercio Caldas, Antonio Manuel e Luiz Sacilotto. Essa influência se estende pelas gerações seguintes, chegando a se manifestar em obras de artistas como Ernesto Neto, Franklin Cassaro, Carlos Bevilacqua, Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander — todos representados na exposição.

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