Galerias de arte fechando em 2025: colapso ou transição no mercado e no colecionismo?

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O aumento no fechamento de galerias de arte em 2025 levanta a pergunta: crise estrutural ou reconfiguração do mercado?

Ao longo de 2025, o mercado de arte assistiu a uma sucessão de fechamentos e reduções de escala entre galerias de arte de diferentes perfis e geografias. O fenômeno gerou leituras alarmistas, mas também abriu espaço para uma análise mais cuidadosa sobre o momento atual do setor. Embora cada encerramento tenha suas próprias circunstâncias, o pano de fundo comum foi claro: custos fixos elevados, margens pressionadas e um ritmo de vendas incapaz de sustentar estruturas tradicionais.

Após dois anos de retração no mercado, muitos galeristas sentiram os efeitos de aluguéis inflexíveis, equipes enxutas levadas ao limite e um público comprador mais cauteloso. Ainda assim, o cenário esteve longe de ser homogêneo. Enquanto algumas operações encerravam atividades, outras optaram por reduzir presença física, reconfigurar modelos ou migrar para formatos mais leves e flexíveis.

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Galerias de arte entre encerramentos e reinvenções

O segundo semestre concentrou a maior parte das notícias negativas, com o fechamento de espaços históricos em Nova York, Los Angeles, Londres, Zurique e Paris. Em vários casos, tratou-se menos de falência e mais de uma decisão estratégica diante de um mercado que já não recompensa expansão territorial indiscriminada. Galerias como Sperone Westwater e Project Native Informant encerraram ciclos longos, enquanto outras, como Kasmin, passaram por processos de rebranding e reorganização interna.

Em contrapartida, o mesmo período registrou movimentos de expansão seletiva. Megagalerias como Hauser & Wirth anunciaram novos projetos de longo prazo, enquanto operações médias apostaram em crescimento pontual, novas cidades ou modelos híbridos que combinam exposições físicas, vendas privadas e atuação como advisory. Parcerias estratégicas, como a união entre Pace, Di Donna e David Schrader, indicam que o mercado segue ativo, porém mais concentrado e sofisticado.

Para entidades representativas, como a Art Dealers Association of America, o momento deve ser lido menos como colapso e mais como transição. Parte dos fechamentos reflete exaustão de modelos baseados exclusivamente em espaço físico, enquanto outros apontam para uma inevitável renovação geracional em um setor historicamente formado por pequenas empresas familiares.

O que emerge desse cenário é um mercado de arte mais seletivo, com menos tolerância a ineficiências e maior exigência de clareza estratégica. Em 2025, sobreviver deixou de ser uma questão de escala e passou a depender de flexibilidade, gestão rigorosa e capacidade de adaptação a novos padrões de consumo cultural.

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