Após dois anos de retração, Christie’s e Sotheby’s registram crescimento dos leilões de arte em 2025 e indicam retomada gradual do mercado global
Após um período marcado por cautela e retração, os leilões de arte deram sinais claros de recuperação em 2025. As duas maiores casas do setor, Christie’s e Sotheby’s, encerraram o ano com crescimento nas receitas totais, impulsionadas por obras icônicas, vendas privadas estratégicas e a consolidação do segmento de luxo como porta de entrada para novos compradores.
A Sotheby’s liderou o ranking, projetando US$ 7 bilhões em vendas globais, alta de 17% em relação a 2024. O desempenho foi fortemente influenciado pela temporada de novembro em Nova York, quando a casa bateu o recorde de obra moderna mais cara já vendida em leilão: Portrait of Elisabeth Lederer (1914–16), de Gustav Klimt, arrematada por US$ 236,4 milhões. As vendas em leilões públicos somaram US$ 5,7 bilhões, avanço de 26% ano a ano.
A Christie’s, por sua vez, fechou 2025 com US$ 6,2 bilhões em faturamento, crescimento de 6%. Os leilões públicos atingiram US$ 4,7 bilhões, enquanto as vendas privadas se mantiveram estáveis em US$ 1,5 bilhão. A casa destacou a força do segundo semestre, com aumento de 26% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2024, refletindo maior confiança dos consignadores e dos compradores.

Frida Kahlo, El sueño (La cama)
Leilões de arte mostram recuperação com vendas bilionárias em 2025
As vendas privadas seguem como um pilar relevante, representando 24% da receita da Christie’s e 17% da Sotheby’s, embora tenham mostrado leve acomodação após forte expansão no período pós-pandemia. Ainda assim, transações de alto valor continuam migrando para negociações discretas, sobretudo em um ambiente de maior seletividade.
Outro vetor decisivo foi o crescimento do segmento de luxo. A Sotheby’s registrou alta de 22% nessa categoria, alcançando US$ 2,7 bilhões, enquanto a Christie’s avançou 17%. Relógios, joias, automóveis e bolsas de luxo ampliaram o público comprador e ajudaram a reduzir a dependência exclusiva do mercado de arte fina.
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Geograficamente, o desempenho foi desigual. As Américas seguiram como principal motor, enquanto a Ásia-Pacífico apresentou retração moderada, sinalizando uma redistribuição gradual dos polos de liquidez, com maior protagonismo do Oriente Médio.
No conjunto, os números indicam um mercado mais saudável, ainda distante dos picos pós-pandemia, mas claramente em processo de estabilização. Para os leilões de arte, 2025 marcou menos um retorno à euforia e mais a reconstrução de bases sólidas para o próximo ciclo.
