Bienal de Whitney 2026 anuncia 56 artistas e propõe um retrato relacional da vida contemporânea

0

A Bienal de Whitney 2026 revela 56 artistas e coletivos e aposta nas relações, conexões e tensões que moldam a vida contemporânea

A Bienal de Whitney, mais antiga e influente mostra dedicada à arte americana, revelou os participantes de sua 82ª edição, que abre ao público em 8 de março de 2026, no Whitney Museum of American Art, em Nova York. Ainda sem título oficial, a exposição reunirá 56 artistas, duplas e coletivos, selecionados após mais de 300 visitas a ateliês realizadas pelos curadores Marcela Guerrero e Drew Sawyer ao longo de um ano.

Diferentemente de edições anteriores, a Bienal de Whitney 2026 evita um eixo temático rígido. Em vez disso, nasce das conversas entre curadores e artistas, articulando a ideia de “relações” em múltiplas escalas: vínculos familiares, interações com a tecnologia, relações interespecíficas, infraestruturas sociais e implicações geopolíticas. A proposta não busca oferecer respostas fechadas, mas refletir a complexidade da vida contemporânea e as formas, muitas vezes ambíguas, de coexistência.

Ignacio Gatica, frame de Sanhattan, 2025. Foto: cortesia do artista.

Ignacio Gatica, frame de Sanhattan, 2025. Foto: cortesia do artista.

Bienal de Whitney amplia geografias e gerações na arte americana

Embora Nova York siga como um polo central, com mais de 20 artistas baseados na cidade ou no Brooklyn, a edição amplia o escopo da arte americana ao incluir participantes com conexões diretas a territórios profundamente impactados pela política externa dos Estados Unidos, como Afeganistão, Iraque, Japão, Palestina, Filipinas, Porto Rico e Vietnã. A presença desses artistas reforça a leitura da Bienal como um espelho das relações globais que atravessam a produção cultural dos EUA.

Geracionalmente, a mostra equilibra novos nomes e trajetórias consolidadas. Cerca de 60% dos participantes nasceram após 1980, com destaque para a artista digital Taína H. Cruz, nascida em 1998. No extremo oposto, está Carmen de Monteflores, nascida em 1926, cuja obra foi redescoberta no contexto da pesquisa curatorial. A exposição inclui ainda trabalhos póstumos de José Maceda e Kimowan Metchewais, ampliando o debate histórico e cultural.

Entre os nomes mais conhecidos está o escritor e performer Julio Torres, que apresentará um novo trabalho em colaboração com a artista visual Martine Gutierrez. O conjunto da exposição privilegia atmosfera, textura e ambiência, priorizando sensações como tensão, humor, delicadeza e desconforto. Segundo o museu, a Bienal de Whitney 2026 aposta menos em argumentos e mais em experiências sensoriais, marcando uma virada sutil, porém significativa, na abordagem institucional da mostra.

Abaixo, a lista completa dos participantes:

  • Basel Abbas & Ruanne Abou-Rahme
  • Kelly Akashi
  • Kamrooz Aram
  • Ash Arder
  • Teresa Baker
  • Sula Bermudez-Silverman
  • Zach Blas
  • Enzo Camacho & Ami Lien
  • Leo Castañeda
  • CFGNY
  • Nani Chacon
  • Maia Chao
  • Joshua Citarella
  • Mo Costello
  • Taína H. Cruz
  • Carmen de Monteflores
  • Ali Eyal
  • Andrea Fraser
  • Mariah Garnett
  • Ignacio Gatica
  • Jonathan González
  • Emilie Louise Gossiaux
  • Kainoa Gruspe
  • Martine Gutierrez
  • Samia Halaby
  • Raven Halfmoon
  • Nile Harris with Dyer Rhoads
  • Aziz Hazara
  • Margaret Honda
  • Akira Ikezoe
  • Mao Ishikawa
  • Cooper Jacoby
  • David L. Johnson
  • kekahi wahi
  • Young Joon Kwak
  • Michelle Lopez
  • José Maceda
  • Agosto Machado
  • Oswaldo Maciá
  • Emilio Martínez Poppe
  • Isabelle Frances McGuire
  • Kimowan Metchewais
  • Nour Mobarak
  • Erin Jane Nelson
  • Precious Okoyomon
  • Aki Onda
  • Pat Oleszko
  • Malcolm Peacock
  • Sarah M. Rodriguez
  • Gabriela Ruiz
  • Jasmin Sian
  • Jordan Strafer
  • Sung Tieu
  • Julio Torres
  • Anna Tsouhlarakis
  • Johanna Unzueta
Share.

Leave A Reply