Os leilões de novembro em Nova York revelam um mercado de arte em recuperação, com alta demanda, correções saudáveis e estratégia renovada das casas.
A semana de leilões de novembro em Nova York marcou uma virada significativa para o mercado de arte. Após meses de cautela, os resultados alcançaram US$ 2,2 bilhões em vendas entre Sotheby’s, Christie’s e Phillips. O desempenho representa um crescimento de 77% em relação ao ano anterior e confirma que a demanda por obras de alta qualidade voltou a impulsionar o setor. O movimento reforça Tendências que já haviam aparecido nos leilões de Londres e Paris em outubro, agora consolidadas pelo volume e pela competitividade nos Estados Unidos.
No topo da pirâmide, grandes obras despertaram forte disputa, como o retrato de Elisabeth Lederer de Gustav Klimt, vendido por US$ 236,36 milhões, o segundo valor mais alto já registrado em leilão. Frida Kahlo também protagonizou um resultado histórico com El sueño (La cama), reafirmando o crescente interesse por artistas mulheres e latino-americanas. Obras de Cecily Brown, Amy Sherald e Kerry James Marshall ilustraram um mercado mais seletivo, premiando artistas com trajetórias sólidas e reconhecimento institucional.

Saguão da Sotheby’s no Breuer, com obras da coleção de Dorothy e Roy Lichtenstein. Foto de Stefan Ruiz. Cortesia da Sotheby’s.
Reações que fortalecem o mercado de arte
Outra tendência notada foi o recuo da especulação. O apetite por apostas arriscadas em artistas emergentes perdeu força, enquanto obras de nomes estabelecidos registraram concorrência mais saudável. Fernand Léger, Henri Matisse e Marc Chagall tiveram valores revisados para cima, revelando uma realinhamento entre qualidade histórica e demanda atual. Em paralelo, artistas cujos mercados vinham inflados enfrentaram ajustes, abrindo espaço para ciclos mais sustentáveis.
- 16 recordes em uma única semana nos leilões de Nova York
- Como o mercado de arte blue-chip se abre para novas gerações
- Top 200 Colecionadores 2025: o futuro do colecionismo entre a correção de mercado e as novas agendas
Por fim, as casas de leilão demonstraram maior inteligência na condução da temporada. Sotheby’s e Christie’s aprimoraram a apresentação das coleções, ampliaram garantias estratégicas, reduziram retiradas e ajustaram reservas para aumentar taxas de venda. A estreia do prédio Breuer reforçou o reposicionamento da Sotheby’s e contribuiu para uma experiência mais fluida e competitiva no salão.
A combinação entre grandes obras, compradores globais ativos, correções equilibradas e estratégias mais refinadas aponta para um mercado de arte mais sólido e com sinais claros de estabilidade para os próximos ciclos.
