Klimt lidera noite histórica de US$ 706 milhões na estreia da Sotheby’s no Breuer

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Retrato de Elisabeth Lederer, de Gustav Klimt, conduziu a estreia da Sotheby’s no Breuer a um recorde de US$ 706 milhões em uma única noite de leilões

A estreia da Sotheby’s em sua nova sede no Breuer Building, em Nova York, entrou imediatamente para a história do mercado de arte. O grande protagonista da noite foi Gustav Klimt, cujo retrato Bildnis Elisabeth Lederer, datado de 1914 a 1916, alcançou US$ 236,4 milhões com taxas, tornando-se a obra mais valiosa do artista e o trabalho de arte moderna mais caro já vendido na casa. A peça também se posiciona como o segundo lote mais caro já arrematado em leilão, consolidando Klimt como ativo central no portfólio de colecionadores de alto padrão.

A venda integrou o leilão da coleção de Leonard A. Lauder, um conjunto descrito como único em geração, focado em grandes nomes do século 20. A disputa, conduzida por Oliver Barker, resultou em um total de US$ 527,5 milhões, superando confortavelmente a estimativa prévia e alcançando um raro resultado ‘white glove”, com todos os lotes arrematados. Além do retrato de Elisabeth Lederer, outros trabalhos de Klimt tiveram performance robusta, incluindo paisagens do Attersee e estudos em papel, elevando o volume total do artista na noite para mais de US$ 391 milhões. A forte participação de compradores asiáticos reforça a relevância global dessas obras-prêmio.

Lote 8. Gustav Klimt, Bildnis Elisabeth Lederer (Retrato de Elisabeth Lederer) Cortesia da Sotheby's

Lote 8. Gustav Klimt, Bildnis Elisabeth Lederer (Retrato de Elisabeth Lederer) Cortesia da Sotheby’s

A seguir, o leilão The Now & Contemporary manteve o ritmo, adicionando US$ 178,5 milhões ao montante final e levando a Sotheby’s ao maior total de sua história em uma única noite, com US$ 706 milhões somados. Entre os destaques contemporâneos, Jean-Michel Basquiat se destacou com Crowns (Peso Neto), de 1981, arrematado por US$ 48,3 milhões, acima da já ambiciosa estimativa de US$ 35 a 45 milhões. A obra, exibida na primeira mostra individual do artista nos Estados Unidos, surge como peça-chave para colecionadores interessados em consolidar posições em Basquiat.

No campo das obras icônicas, Maurizio Cattelan teve seu já célebre vaso sanitário em ouro de 18 quilates, America, vendido por US$ 12,1 milhões, segundo maior valor de sua carreira em leilão, adquirido por uma grande marca americana. O trabalho, que se tornou fenômeno de público durante a prévia, sintetiza o interesse do mercado por peças de forte presença cultural e midiática.

Lote 120. Jean-Michel Basquiat, Crowns (Peso Neto), 1981. Cortesia da Sotheby's.

Lote 120. Jean-Michel Basquiat, Crowns (Peso Neto), 1981. Cortesia da Sotheby’s.

O catálogo da noite ainda registrou novos recordes para artistas como Antonio Obá, Cecily Brown, Yu Nishimura e o britânico Robert Alice, com um trabalho físico-digital acompanhado de NFT, sinalizando que o apetite dos colecionadores se estende tanto aos blue chips consagrados quanto a narrativas contemporâneas apoiadas por instituições e retrospectivas recentes.

Para o colecionismo, a estreia da Sotheby’s no Breuer confirma algumas direções estratégicas: a relevância de coleções de procedência impecável, como a de Leonard A. Lauder, o peso crescente de compradores asiáticos na consolidação de preços e a valorização de obras com forte histórico institucional. Em um cenário em que a oferta de grandes obras encontra a demanda global, a noite de US$ 706 milhões em Nova York se torna referência para o posicionamento de portfólios de arte moderna e contemporânea nos próximos ciclos.

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