Art Basel lança Zero 10 e coloca a arte digital no centro da cena contemporânea

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A nova plataforma Zero 10, lançada pela Art Basel em Miami Beach, marca a integração definitiva da arte digital ao mercado global de arte contemporânea.

Em um movimento que redefine o papel da tecnologia no universo da arte, a Art Basel lança Zero 10, uma nova plataforma que coloca a arte digital no centro do pavilhão principal da feira de Miami Beach 2025.

Com curadoria de Eli Scheinman e apoio da OpenSea, o projeto reúne 12 galerias e estúdios pioneiros – entre eles Pace Gallery, Beeple Studios, bitforms, Art Blocks e Fellowship – em uma mostra que promete ser o ponto de virada para a consolidação da arte digital no mercado de alto padrão.

O nome Zero 10 faz referência à icônica exposição de Kazimir Malevich em 1915, que redefiniu os limites da arte moderna. Com esse espírito vanguardista, a iniciativa reafirma o compromisso da Art Basel em integrar linguagens tecnológicas, como inteligência artificial, arte generativa e blockchain, ao mesmo nível das formas tradicionais de expressão. “A arte digital não está mais nas margens; ela é parte central da evolução artística e do mercado”, declarou Noah Horowitz, CEO da Art Basel.

A estreia em Miami será seguida por edições em Hong Kong e outras feiras do circuito global. Segundo o Art Basel & UBS Survey of Global Collecting 2025, 51% dos colecionadores de alto patrimônio já adquiriram obras digitais nos últimos dois anos, consolidando o segmento como o terceiro maior em volume de vendas, atrás apenas da pintura e da escultura.

Zero 10: um novo paradigma entre arte e tecnologia

Entre os destaques da edição inaugural estão No Me Olvides, de IX Shells, que combina fragmentos históricos e algoritmos para discutir memória e identidade; a instalação Glass, de James Turrell, apresentada pela Pace Gallery; e DOKU – Heaven (2022), de Lu Yang, emprestada da UBS Art Collection, que mergulha o público em uma experiência imersiva de espiritualidade virtual.

Outras apresentações incluem colaborações entre o estúdio Asprey e o coletivo etíope Yatreda, a exploração do código como linguagem cultural pela bitforms gallery, e experimentos híbridos entre robótica e blockchain por Beeple Studios.

A Art Basel reforça, assim, seu papel como catalisadora de novas linguagens estéticas e comerciais. Projetos paralelos, como o Digital Art Council e o programa Digital Dialogues, ampliam o debate sobre a integração entre arte e tecnologia.

Mais do que um gesto institucional, Zero 10 simboliza uma transição histórica: a passagem da arte digital do nicho para o centro do sistema das artes. Em um momento em que colecionadores das gerações Z e millennial lideram as compras no setor, a Art Basel assume um papel pioneiro ao oferecer um espaço onde o código, o algoritmo e o humano coexistem como matéria-prima da criação contemporânea.

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