Insights do Art Basel & UBS 2025: mulheres e Gen Z redesenham o colecionismo global

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Relatório Art Basel / UBS Survey of Global Collecting 2025 indica virada no mercado: mulheres e Gen Z gastam mais, diversificam mídias e compram direto de artistas

O Art Basel & UBS Survey of Global Collecting 2025 confirma uma inflexão: mulheres de alta renda superaram os homens em 46% de gasto ao colecionar, especialmente entre Gen Z e millennials. As coleções delas se aproximam da paridade de gênero, com 49% de obras de artistas mulheres, ante 40% nas coleções masculinas.

O pano de fundo é a grande transferência de riqueza, com mulheres controlando parcela crescente do patrimônio global. O relatório contraria o clichê da aversão ao risco: 55% das mulheres compram com frequência artistas recém-descobertos, frente a 44% dos homens. Em 2025, colecionadores alocaram em média 20% da riqueza em arte, acima dos 15% do ano anterior.

Entre os HNW (High-net-worth), a fatia chegou a quase 28%. Na Gen Z, o comprometimento é ainda maior, com 26% da riqueza destinada a arte, e quase 90% mantiveram obras herdadas, reforçando a continuidade familiar das coleções.

Digital, compra direta e novos comportamentos

A pesquisa retrata um mercado mais híbrido e participativo. A arte digital voltou ao mainstream: 51% dos HNW compraram obras digitais em 2024–25, quase empatando com a escultura por valor e consolidando modos de aquisição e exibição mais fluidos.

As rotas de compra também mudaram: em 2024–25, 63% dos colecionadores adquiriram diretamente de artistas, acima de 27% dois anos antes. Quase metade usou redes sociais para isso, seja comprando em estúdios, comissionando trabalhos ou concluindo via links no Instagram. O ímpeto especulativo arrefeceu e deu lugar a curadoria pessoal e stewardship.

As intenções de venda caíram de 55% para 25% em um ano, enquanto 84% dos entrevistados se mantêm otimistas no curto prazo. A mensagem subjacente é clara: colecionar deixou de ser só posse e passou a expressar valores, afinidades e narrativas. Em 2025, arte convive com design, luxo e outros colecionáveis, e a autoria do gosto está cada vez mais nas mãos de mulheres e de uma geração nativa digital que prefere relações diretas, diversidade de mídias e impacto cultural duradouro.

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