Art Basel Paris 2025: clima de negócios em alta e vendas robustas no Grand Palais

0

Com 206 galerias de 41 países, a Art Basel Paris 2025 encerrou seis dias intensos, com atmosfera positiva e negociações ágeis

A Art Basel Paris 2025 terminou no domingo, 26 de outubro, após seis dias de negociações no Grand Palais. Reunindo 206 galerias de 41 países, a feira manteve um ritmo consistente de visitas, com relatos de vendas acima do esperado e uma atmosfera que privilegiou conversas objetivas e decisões rápidas.

Para reforçar esse espírito, a organização estreou a “Avant Première”, uma prévia mais enxuta no fim da tarde de terça-feira, voltada aos clientes mais estratégicos das galerias. O efeito foi imediato: menos circulação dispersa, mais foco em propostas, contrapropostas e fechamento de negócios.

Nos estandes, a maioria das galerias optou por mostras coletivas, evidenciando amplitude de acervo e coerência de programa. A seção Emergence destacou artistas em ascensão apresentados por galerias jovens, enquanto Premise trouxe recortes históricos com curadoria, ampliando o leque de narrativas.

Ao redor, a cidade pulsou em paralelo, com satélites como Paris Internationale e Design Miami.Paris, além de exposições de alto impacto, como a retrospectiva de Gerhard Richter na Fondation Louis Vuitton e a mostra “Minimal” na Bourse de Commerce. O ecossistema parisiense, entre museus, galerias e eventos independentes, confirmou a capital francesa como um eixo incontornável do circuito global.

O testemunho dos galeristas convergiu na mesma direção: públicos presentes desde os primeiros minutos, retorno de colecionadores ao longo da semana para confirmar aquisições e um clima de reencontro com a experiência de ver, sentir e se apaixonar por obras no espaço físico do estande. Em síntese, uma edição com circulação forte, abordagem pragmática e resultados que alimentam a confiança para o calendário que segue.

Julie Mehretu, Charioteer, 2007. Courtesy of White Cube.

Julie Mehretu, Charioteer, 2007. Courtesy of White Cube.

Vendas de destaque durante a Art Basel Paris 2025

  • White Cube liderou com Julie Mehretu, Charioteer (2007), vendida por US$ 11,5 milhões.
  • Pace colocou Amedeo Modigliani, Jeune fille aux macarons (1918), por pouco menos de US$ 10 milhões, para uma instituição europeia.
  • David Zwirner cravou uma escultura de Ruth Asawa por US$ 7,5 milhões; também vendeu Martin Kippenberger por US$ 5 milhões, Gerhard Richter por US$ 3,5 milhões e Joan Mitchell por US$ 3 milhões.
  • Hauser & Wirth registrou Bruce Nauman, Masturbating Man (1985), por US$ 4,75 milhões; George Condo por US$ 4,5 milhões; e Lucio Fontana, Concetto spaziale, Attese (1964–65), por € 3,5 milhões (c. US$ 4,14 milhões).
  • Thaddaeus Ropac vendeu Alberto Burri, Sacco e oro (1953), por € 4,2 milhões (c. US$ 4,96 milhões), além de múltiplos Georg Baselitz até € 3,5 milhões.
  • Tornabuoni Art anunciou Giorgio Morandi, Nature Morte (c. 1950), por € 2 milhões (c. US$ 2,36 milhões)
  • Outras cifras de peso: Alexander Calder por US$ 4,85 milhões (White Cube); Agnes Martin por US$ 4,5 milhões e US$ 250 mil (Pace); Frank Stella por US$ 4 milhões (Yares Art).

Os tickets mais altos concentraram obras de museu e autores com lastro histórico, enquanto o segmento contemporâneo manteve liquidez ampla, com nomes como Rashid Johnson (US$ 750 mil), Henry Taylor (US$ 650 mil), Dana Schutz (US$ 900 mil) e George Condo com vendas múltiplas.

A estratégia de prévia seletiva, somada ao calendário cultural efervescente da cidade, sustentou a velocidade das decisões e favoreceu propostas bem posicionadas. O saldo aponta um mercado atento à qualidade, com vigor nas pontas alta e média e apetite consistente por programas autorais.

Share.

Leave A Reply