Quais os artistas mais lucrativos dos leilões deste primeiro semestre de 2025?

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De Mondrian a Man Ray, aqui estão artistas com maiores valores obtidos em leilões neste ano, em cinco categorias

De acordo com o Artnet Intelligence Report – Mid-Year Review 2025, o mercado global de arte vive um momento de redefinição. Após uma década marcada por expansão acelerada e recordes de vendas, o setor começa a encontrar um novo ponto de equilíbrio, menos pautado pela especulação e mais orientado pela consistência, pelo valor cultural e pela solidez das trajetórias artísticas. Essa virada representa não um declínio, mas uma maturação do sistema, em que a qualidade volta a se sobrepor à quantidade.

Embora os dados revelem desaceleração em alguns segmentos, o relatório também aponta sinais claros de estabilidade e confiança renovada em faixas de preço consolidadas. Artistas de repertório consistente seguem fortalecendo suas posições nos leilões, enquanto colecionadores e galerias redescobrem o prazer de construir valor a longo prazo. Entre ajustes e novas perspectivas, o mercado de arte reencontra sua vocação mais duradoura: unir cultura, investimento e propósito em um mesmo horizonte criativo.

 

Old Masters

As vendas de Old Masters cresceram 24% no primeiro semestre de 2025 em relação ao ano anterior, impulsionadas por obras acima de US$ 3 milhões e pelo sólido desempenho da coleção Jordan e Thomas A. Saunders III na Sotheby’s. Apesar de estimativas altas limitarem a disputa, o apetite por mestres com apelo visual contemporâneo, como Frans Hals e Meléndez, mostra que o interesse por clássicos segue vivo e em expansão.

 

Impressionistas e Modernos

No segmento de Arte Impressionista e Moderna, os preços recuaram levemente em 2025, mas mantiveram liquidez sólida. Cinco obras ultrapassaram US$ 20 milhões, lideradas por um raro Piet Mondrian vendido por quase US$ 50 milhões. O destaque, porém, foi o crescimento contínuo de René Magritte, impulsionado pelo renovado interesse no Surrealismo histórico, que tem atraído colecionadores vindos da arte contemporânea em busca de referências mais acessíveis e atemporais.

 

O renomado designer François-Xavier Lalanne conquistou dois lugares na lista das 10 principais obras do pós-guerra em leilão no primeiro semestre de 2025. Sua monumental escrivaninha em formato de rinoceronte mais que triplicou sua estimativa máxima na Sotheby's de Nova York em junho, após uma guerra de lances de 13 minutos.

O renomado designer François-Xavier Lalanne conquistou dois lugares na lista das 10 principais obras do pós-guerra em leilão no primeiro semestre de 2025. Sua monumental escrivaninha em formato de rinoceronte mais que triplicou sua estimativa máxima na Sotheby’s de Nova York em junho, após uma guerra de lances de 13 minutos.

 

Pós-Guerra

Nas faixas intermediárias, entre US$ 5 e 15 milhões, o mercado encontrou seu novo ponto de equilíbrio. Obras de Rauschenberg, Richter, François-Xavier Lalanne e modernistas indianos como M.F. Husain e Tyeb Mehta consolidaram esse segmento como o centro de gravidade do mercado atual — onde gosto, valor e curadoria se alinham. É ali que a arte pós-guerra reafirma sua força, revelando estabilidade, prestígio e crescente interesse global.

Arte Contemporânea

No mercado Contemporâneo, Jean-Michel Basquiat manteve sua dominância, ocupando seis das dez posições de maior valor em leilão. O destaque, porém, foi o avanço das mulheres artistas, que conquistaram quatro lugares na lista — um feito inédito. Marlene Dumas quebrou recordes ao atingir US$ 13,6 milhões, tornando-se a artista viva mais cara do mundo. Curiosamente, todas as obras do top 10 são retratos ou variações do gênero, revelando uma virada simbólica no olhar sobre o corpo e a representação feminina.

A pintura Majestic Mountains and Ripping River (Set of 4) (2017), do artista Huang Yuxing, nascido em Pequim, em sua típica paleta Day-Glo, foi arrematada por US$ 5,1 milhões nos leilões China Guardian de sua cidade natal em maio, superando em muito sua estimativa máxima.

A pintura Majestic Mountains and Ripping River (Set of 4) (2017), do artista Huang Yuxing, nascido em Pequim, em sua típica paleta Day-Glo, foi arrematada por US$ 5,1 milhões nos leilões China Guardian de sua cidade natal em maio, superando em muito sua estimativa máxima.

 

Ultracontemporâneos

O segmento ultracontemporâneo passou por uma clara depuração em 2025. Após anos de euforia especulativa, o foco voltou-se a artistas mais consolidados, nascidos entre 1975 e 1985, que unem relevância crítica e reconhecimento comercial. A mudança reflete uma compra mais criteriosa e madura. A pintura segue predominante, mas o turco Refik Anadol se destacou com uma obra generativa de inteligência artificial, sinalizando a integração definitiva da arte digital ao mercado global.

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